terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A fossa

Eis uma fase da vida que vai e volta e nós mulheres vivemos muito intensamente, pois é, comprovadamente, a única maneira de superar a passagem de mais um ser do sexo masculino em nossas vidas. Já que estou vivendo pela milhonésima vez esta situação, resolvi parar pra analisar as etapas desse processo doloroso, porém necessário e inevitável.

A primeira coisa que fazemos são perguntas. Geralmente elas começam com "por que" e vêm seguida de uma negação. Ex.: "Por que, meu Deus?! Por que isso tá acontecendo comigo?! Eu não acredito que ele fez isso comigo, não é possível!".

Logo vem o combustível mor: as lágrimas. São tantas, tantas, que você até põe músicas românticas para ajudá-las a sair com mais facilidade e velocidade ainda, na esperança de elas acabarem de uma vez! Você começa ouvindo um James Morrison, passa pelo James Blunt, chega na Laura Pausini, escuta músicas que lembrem o indíviduo - no meu caso bastante Engenheiros do Hawaii - e depois, quando você menos espera, seu dedo está clicando na música "Eternamente" do Belo. É a decadência. Derradeira!

Após esta etapa, você está pronta para a parte divertida da coisa. Começa a xingá-lo de todos os palavrões possíveis - no caso de qualquer uma das meninas deste blog, em mais de uma língua! - e também a amaldiçoá-lo. Eu e Babi temos um acordo: toda vez que um homem sacaneia a gente, amaldiçoamos o dito cujo com 15 anos sem sexo. Entre outras coisas que é melhor não divulgar, se não acaba que não se transforma em realidade! É melhor não mexer com essas coisas!

Depois você começa a se torturar, imaginando o que você fez de errado e até levantando o falso testemunho de que você sempre escolhe o homem errado. Falso testemunho sim, porque como somos adeptas do clichê "todos os homens são iguais" e também fãs das meninas que afirmaram que "todo homem é palhaço", não adianta que homem você escolher, ele será errado!

Após isso, você tenta recuperar o último visgo de auto-estima que lhe resta. Repete incessantemente frases do tipo "ele que perdeu", "ele ainda vai se arrepender de ter largado alguém como eu" ou "não sei o que ele vai fazer sem mim".

E então, a penúltima etapa da fossa: o planejamento da vingança. Ah, não me vem com essa conversa que você não faz isso não, tá?! Duvido que pelo menos um "Da próxima vez que ele me ver, eu vou estar tão linda que ele vai morrer pra ficar comigo e eu vou dar um belo de um toco nele!!", você não pense!

Finalmente, atingimos o finalzinho dessa fase de nossas vidas, onde saímos por aí, em baladas, dançando piriguetemente, bebendo loucamente e tendo relações vazias, pegações fortes, distribuindo telefones errados e achando que estamos por cima da carne seca, para pelo menos recuperarmos a força até a próxima tombada com o próximo homem a nos sacanear e nos trazer de volta à estaca zero...

2 comentários:

Bárbara Freitas disse...

Essa é com certeza a parte mais foda de um termino de relacionamento, oficial ou não, monogâmico ou não: o pé na bunda. Dado ou levado, não interessa, ele é um bosta sempre pra nós.
Mas que venham os dias melhores, enquanto isso nos jogamos nos forrós e salves, nos sex on the beach e heinekens (uma bohemia e malboro light foram sensacionais comigo), nas amigas, as que vão nos ouvir falar repetidamente sobre o infeliz e quão babaca ele era, as que vão esperar até o assunto mudar...

Beijos e belo post ;)

Kérow disse...

eu acho plahissimo esperar pela proxima tombada mas é assim que o mundo é feito. Sempre tem dias melhores!