quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Curtindo a calmaria

“Socks.
Men like socks.
This column socks.
You’re definitely getting fired.”

Assim se desenrola um episódio de Sex and the City onde a Carrie não consegue escrever a coluna porque está passando por um período de seca amorosa – e o trabalho dela depende disso. Se eu escrevesse esse blog por dinheiro, estaria me sentindo como ela, como se estivesse prestes a ser demitida. Hopefully, no fim do episódio ela acaba fazendo fotos para publicar um livro com suas melhores colunas.

É estranho quando você, que sempre foi acostumada com uma vida amorosa agitada – até demais! – se encontra em um longo período de seca. A seca não se refere apenas a sexo ou beijo na boca, mas principalmente a sentimentos.

É aquele não gostar de alguém. É aquele ouvir música romântica e não se abalar – nem sorrir e nem chorar. É aquele não ter com quem ir ao casamento dos seus amigos e nem em quem pensar no dia de São Valentim.

Lembro-me de outros períodos – porém, menores – em que isso aconteceu comigo e eu me sentia extremamente incomodada. Parecia que eu estava incompleta, que se eu não tivesse drama na minha vida, ela não estava valendo tanto a pena.
Hoje, mais madura (pelo menos em tese), aprendi a apreciar esse período de calmaria. Dei valor a pequenos prazeres e sentimentos que ficam longe de mim quando estou apaixonada. Não sentir ciúmes, poder ficar curtindo um “nadismo” no FDS, ficar mais tempo com meus amigos e família, poder paquerar à vontade, viajar para festas loucas, não ter sogra, essas coisas bobinhas.

Apesar da pressão que começa a cair sobre meus ombros – estar perto dos 30 na nossa sociedade é estar correndo contra o tempo para encontrar marido, ter filhos e estabilidade financeira -, eu ando mesmo é ignorando os 7 anos depois dos 20 e aproveitando muito esses momentos.

Às vezes bate aquela carência, não vou mentir. Mas é bom estar num momento tranquilo da vida, finalmente. Podendo fazer minhas próprias escolhas e escolhendo não me envolver com qualquer um pelo prazer de ter o coração acelerado. Acho que isso vai dar muito mais importância ao próximo amor que me aparecer. Eu vou estar pronta para viver algo concreto. Eu acho. O coração é muito imprevisível, tudo pode acontecer e a qualquer momento e com qualquer pessoa.

Agora sinto que já passei por tudo: a fase pegação, a fase “se apaixonando por todo mundo”, a fase “não quero ficar solteira de jeito nenhum” e agora vivo a fase “me sinto bem com o coração vazio”. Se a próxima fase vai ser repetida ou nova, eu não sei. Mas minha pressa é zero. E por isso sinto que vai ser boa demais. Enquanto isso, que continue essa linda calmaria...!