terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Estamos andando de ré?

 Quando comecei a escrever esse blog, eu tinha 20 e poucos anos. A razão pela qual começamos a escrever (para quem não sabe, esse blog era um blog de 5 amigas que depois virou só meu) foi a quantidade de histórias estranhas que vivíamos com os homens. Já nos assustava em 2009 e resolvemos brincar com tudo aquilo com bom humor e muito sarcasmo e crítica. Dito isso, eu confesso que aos 38 anos eu não imaginava que as coisas iam piorar. Nos últimos anos, o sentimento é de total desespero entre todas as mulheres hetero solteiras que eu conheço. A verdade é que parece que a humanidade está andando de ré. Evoluímos ou os homens pararam no tempo? Ou melhor, estão regredindo, porque para ser sincera, está dando até saudade das coisas que passávamos aos 20 anos. Ali nós poderíamos entender a falta de maturidade, de experiência, a vontade de viver tudo ao mesmo tempo, o processo de aprendizado... Mas o que justifica homens 30+ agindo da seguinte forma:

Eis que minha amiga *Helena (sempre usando um pseudônimo para proteger a identidade de nossas heroínas) foi passar o fim de ano na cidade de São Paulo com sua família. Helena tem 38 anos, um filho de 12 e já é divorciada. Ou seja, essa mulher já viveu poucas e boas. Mas um rapaz paulista conseguiu fazê-la viver um fato inédito: ser chamada de "desumilde" por ter se negado a ter um date dentro de um carro.

Explicando: ela ligou o Tinder por lá, conheceu um povo, conversa vai e conversa vem com um cara e o tal a convidou pra sair. Todo empolgado, super animado para conhecê-la. Ela pediu que ele sugerisse o local, porque não era de lá e não sabia de bons lugares. Eis que a seguinte conversa acontece (vai ter print porque aqui a gente mata a cobra e mostra o pau):




O sujeito teve a pachorra de sugerir que eles tivessem o primeiro date deles dentro do carro. Eu não sei o que se passou na cabeça dele, sinceramente. Ou esse homem não tem dinheiro para pagar um cachorro-quente na rua, ou esse homem ficou com medo de ela não ser o que parecia nas fotos, ou esse homem tava com medo de ela ser um assassino, ou esse homem não tem a menor noção da violência das cidades grandes, sei lá. Eu juro que a gente fica tentando entender e não encontra nenhuma explicação plausível!

Ela, então, ainda muito paciente, sugeriu que eles fossem a um café. Ele pareceu ter achado tranquilo.




Ela então foi se arrumar, tomou banho e o avisou quando estava pronta. Ele demorou 40 minutos para responder. E respondeu assim:



O cara cobrou humildade da pessoa dizendo que era médico três vezes em menos de cinco minutos, começamos por aí. Mas vem cá... esses cara tão tudo maluco?! Alguém me responde, porque é difícil de acreditar nas coisas que a gente anda vivendo por aí. Tudo parece pegadinha do Silvio Santos! É tão inacreditável que você fica se perguntando se aquilo realmente aconteceu. Se não tivesse print, ia parecer coisa inventada. Parece até que ela sugeriu ir a um restaurante com estrela Michelin. O cara simples coringou e ainda veio querer dar lição de moral com historinha triste. Agora dá para imaginar porque faz um ano que ele não sai com ninguém, né? Deve estar faltando mulher que tenha coragem para ter um date dentro de carro. 

Eu não encontro nem as palavras para terminar esse post.
Tá muito triste, gente.
Melhorem. Mas assim, melhorem MUITO. E urgentemente.
Procurem ajuda, vocês não tão bem, não!

E assim começa nossa temporada de caça de 2025... Deus abençoe o rolê!







terça-feira, 1 de outubro de 2024

Eles começaram a entregar menos que o mínimo

 Era uma vez uma mulher levemente neurótica, pagodeira, alegre, marrenta e que está solteira há 84 anos por dificuldade de encontrar um parceiro compatível.

Vez ou outra ela começa a se questionar se realmente sua lista de exigências não está longa demais ou se está beirando a intolerância ou se já se fechou por não acreditar mais... enfim, esses pensamentos que ocorrem quando seus planos não estão muito dentro do que você esperava.

Eis que um belo sábado, foi convidada por uma amiga recém-solteira a ir a um show de pagode de um de seus cantores favoritos, o herói romântico, nosso Pericão.

O show foi maravilhoso, a cia perfeita, a cerveja descendo gelada. Acabou. Elas não queriam ir embora. O DJ largou-lhe o funk de qualidade mais duvidosa possível e elas se jogaram na pista, como se não houvesse amanhã e nem ninguém.

Os funcionários já faziam a limpeza do local, o evento já estava realmente no fim, quando se aproximou um grupo de amigos em uma despedida de solteiro. Acontece que um deles conhecia a amiga e começaram a papear.

Ao avistar um dos amigos com uma camisa do Atlético, teve que ir zoar, como boa Cruzeirense que é. O assunto se engatou de uma maneira inexplicável. Não sei quanto tempo a conversa durou, mas parecia ter durado umas 3h ininterruptas sobre futebol (em nível mineiro e nacional), uma troca sobre estados, sobre festa, sobre família, os assuntos apenas iam surgindo palavra após palavra sem nenhum tipo de esforço ou pausa constrangedora. Parecia que se conheciam há anos! Aquele tipo de conexão que só se encontra once in a blue moon.

Pulando meros detalhes desimportantes, o casal terminou a noite numa intensa troca de carícias e dormiram de conchinha no apartamento dele. 

- Que loucura! - os dois diziam um para o outro. - Como isso aconteceu?

Ele constantemente afirmava sua admiração por ela, reforçando sua beleza - ambas, interna e externa -, sua força, seu caráter. Pensou em nome de filhos, questionou qual seria o time das crianças. Dizia que aquilo não seria só ali, que eles teriam muito mais pela frente. Ela achava fofo e perigoso ao mesmo tempo. Já era macaca velha, não tinha sido a primeira vez que um homem a exaltava e depois a empurrava do pedestal. Ficou por ali entre o medo de se entregar a esssa loucura e um desejo de deixar de ser tão desconfiada, de baixar a guarda.

Os dois viajaram à trabalho durante a semana. Ela, viciada em redes sociais, achou que o contato estava sendo muito esporádico, mas ao aparecer, ele aparecia bem.

Perguntou se ela voltaria no sábado e reebeu resposta afirmativa. Queria vê-la de qualquer jeito. 

- Vou cozinhar para você! Quero te conhecer melhor. Faço um risoto, tomamos um vinho. Aquele dia estávamos cheios da cachaça, mas dessa vez quero realmente te conhecer.

Embora soubesse que chegaria cansada de viagem, ela sentia vontade de revê-lo. Estava há 4 anos sem sentir nada por ninguém e aquilo tinha realmente sido diferente. Queria ter a coragem de baixar a guarda.

O vôo de volta atrasou e tiveram que fazer uma parada técnica em outra cidade. Ela avisou que chegaria 1h30 mais tarde do que o previsto. Ele disse que queria vê-la mesmo assim, que não tinha problema, que se ela chegasse 3h30 da manhã, ele ainda assim a estaria esperando.

Se sentiu lisonjeada e ficou mais ansiosa para vê-lo. Fazia tempo que alguém não parecia estar fazendo tanta questão de estar com ela.

Chegou em casa, largou as malas e correu para o banho. Se perfumou, retocou a maquiagem, colocou uma roupa bonita e foi encontrá-lo.

Eram 23h quando ela estacionou e pediu ao porteiro que interfonasse.

Ele demorou a atender. O porteiro comentou que ele estava com voz de sono.

Pensou: "o coitado deve ter dormido enquanto me esperava". Se compadeceu. Subiu.

Ao abrir a porta, ficou sem entender.

Sentiu um cheiro que só sentira quando frequentava festas open bar na faculdade: aquela mistura de odores de diferentes tipos de álcool.

Ele estava completamente embriagado. Exalando álcool. Mal se aguentando em pé. Os olhos tentavam fitá-la, chegou a elogiá-la - sua roupa, seu cheiro, seu abraço -, mas a verdade é que as piscadas estavam mais longas do que deveriam estar.

Ela sugeriu que ele tomasse um banho e esquecessem o risoto com vinho. Pedissem uma pizza.

Pensando bem agora... foi legal até demais!

Ele foi pro banho e voltou, deitando na cama, ao lado dela que o esperava - cansada e com fome.

Proferiu frases soltas como:

"Gatíssima... você já sabe né: eu, você, dois filhos e um cachorro" - disse ele, aparentemente reforçando o interesse.

"É... até que você faz o perfil da galera" - disse ele, como se a analisasse, vendo se ela cabia na vida dele e se daria bem com seus amigos.

"Dorme aqui comigo, por favor?" - disse envolvendo-a nos braços, implorando pela oportunidade de finalmente cair nos braços de Morfeu, mas sem conseguir ser "totalmente transparente", como havia dito fazer parte de sua personalidade.

Dormir? Se dormisse com ele, viraria pedra. Era difícil acreditar que ele tinha a feito se sentir tão especial e tão merda ao mesmo tempo, em um espaço de tempo tão minúsculo. Foi de 8 a 80 em 18 segundos.

Quando falamos que o mínimo não está sendo entregue, nem estamos falando de banho, sobriedade e manter-se acordado. Isso aí nem deveria entrar na matemática.

Pois bem. Aí estamos diante de alguém que não entregou o menos que o mínimo, que seria receber alguém em casa acordado, minimamente sóbrio e de banho tomado.

Primeiro se sentiu mal. 

- Caramba. Será que eu era tão NADA assim para ele, para que ele achasse que eu não merecia nem o mínimo esforço? 

Depois se corrigiu. Aquilo não tinha nada a ver com ela. Estava mais que ciente do esforço que costumava colocar numa relação e, por consequência, do esforço que merecia que lhe oferecessem.

 Oras... ela não poderia de forma alguma se rebaixar ao nível de aceitar que um homem, em um segundo date, tivesse a grande falta de respeito de esperá-la daquela maneira. Já tinha aceitado migalhas antes e prometera a si mesmo nunca mais se submeter aquilo novamente.

Então levantou-se e retirou-se. Deixando-o jogado nu na própria cama, sem muita dignidade, possivelmente se perguntando se aquilo tinha sido verdade ou algum delírio etílico.

Enquanto dirigia para casa, sua cabeça borbulhava de coisas que pensava, sentia, ensaiava dizer.

Ela tinha certeza que uma mensagem chegaria no outro dia. E chegou.

- My bad. Etilismo.

As desculpas sinceras que ele foi capaz de oferecer. E a partir dali, seria impossível reagir, questionar, lutar, falar qualquer coisa que não fosse... "É, né".

Autossabotagem? Falta de caráter? Machismo? Falta de responsabilidade afetiva? Falta de respeito por outras pessoas? Egoísmo? Tudo junto?

Não ficaria ali para descobrir. Nem era seu papel. Cada uma deve ser responsável por suas próprias atitudes e ali não era seu lugar.

E voltou a não se questionar novamente. Porque toda vez que baixava a guarda, vinha mais um para provar que ela estava certa. O tempo todo. 

"Eu sou bem melhor sozinha, sabe..."



domingo, 11 de agosto de 2024

Porque desfilar de cueca não reacende o fogo da sua parceira

 Eu fui crescendo com esse blog e, embora algumas questões ainda se repitam com o passar dos anos, estou adentrando um território novo, de forma remota, que é o casamento. De forma remota porque eu nunca casei e acho que nem vou, mas a quantidade de amigas casadas/morando junto (basicamente a mesma coisa para a maioria das pessoas) só aumenta. O assunto do qual vim tratar hoje pode servir, no entanto, para qualquer pessoa em um relacionamento longo, mas acho que quando se mora na mesma casa, a coisa tende a ficar ainda mais grave.

São muitas as diferenças entre as vontades e gatilhos sexuais entre homens e mulheres e isso não é novidade para ninguém. Ou melhor, não deveria ser. Aparentemente, ainda tem muita gente por aí que acredita que o que funciona para eles, também funciona para os outros.

Tudo começou a fervilhar na minha cabeça quando, em uma conversa com uma amiga que está prestes a ir morar com o namorado, ela contou que a vida sexual deles não estava boa e que ele tem reclamado bastante. Quando se analisa o background dessa história tudo fica muito claro e é facinho explicar porque a vida sexual deles está ruim.

Primeiramente, eles andam se desentendendo bastante com coisas sobre o apartamento novo. Ela reclama da falta de proatividade dele e que se ela não toma a frente, ele não se move para resolver nada – devo dizer que essa é uma reclamação frequente em relação aos homens. Falta de iniciativa e de postura resolutiva. Além disso, brigas por ciúmes infundados, como por exemplo ganhar um beijo na testa de um velho amigo e ir tomar uma cerveja com os colegas do futevôlei depois do treino. Até ciúmes de celebridade o cara já teve. São tantas cenas absurdas que ela narra que parece ter saído de um esquete de peça de comédia. Pensa que parou por aqui? Não, senta que lá vem mais: o cara tem a mania de jogar na cara dela qualquer coisa que faz por ela (ou por eles). Tenta usar os favores e gentilezas que faz como moeda de troca para sexo. Reclama de ter que acompanhá-la em eventos sociais. E por aí vai.

Agora me falem... que vida sexual esse cara espera se está sendo um companheiro que causa tanto estresse na relação? E quer saber como ele tentou seduzir a moça para seu ninho de amor?

- Eu até comecei a andar mais de cueca na sua frente para ver se você se animava.

Meu Deus, gente! É muito amadorismo no trato com a mulher. Aprendam de uma vez por todas: mulher não funciona assim. Mulher não se seduz por uma cuequinha na Calvin Klein, não. O relacionamento tá uma bosta e o cara acha que desfilar pelado na frente da mulher vai acender o tesão dela?! Francamente, meu povo. Não dá para entender onde a cabeça de vocês vai, não.

Então, para não dizer que eu só critico e não ajudo, vou falar aqui (coisas meio óbvias para nós, mas que pelo jeito não são para vocês) algumas coisas que funcionam muito melhor do que desfile de cueca:

- Ser um cara resolutivo. Pare de esperar que sua mulher resolva tudo. Não pergunte, FAÇA. Seja um adulto funcional e resolva seus B.O. Os B.O. do casal também. É para ser uma parceria, não uma tutoria.

- Se você tem ciúmes demais, procure uma terapia, irmão. Ciúmes tem a ver com suas inseguranças muito mais do que com a outra pessoa. Até porque, se você não confia na pessoa que está contigo, essa relação não vai funcionar NUNCA. Ah, e não adianta fazer terapia e bancar o perfeito para tua terapeuta, não, viu? Terapia só funciona se você for 100% honesto, admitir seus sentimentos ruins, suas falas e ações tóxicas, seus comportamentos falhos. 

- Sair da rotina. Compre uma lingerie nova para tua mulher. Leve para comer num restaurante legal numa quarta-feira à noite, sem data especial. Surpreenda sua parceira. Se arrume, se cuide, se perfume, compre umas roupinhas novas. Elogie-a. Ajeite uma viagenzinha de fim de semana para dar uma chacoalhada. Chame para tomar um sorvetinho assistindo um pôr-do-sol. Não pare de conquistá-la. 

- Fazer as tarefas domésticas de casa sem reclamar. Você mora na casa também, meu caro. Isso é sua obrigação. Não use isso como moeda de troca, É MUITO FEIO.

- Se sua mulher está grávida, parceiro... te acalme. Ela está com dor, desconfortável, pesada, cansada para caramba, com uma loucura de hormônios no corpo, carregando TEU filho e vai ficar instável, sim. Existe uma grande possibilidade de ela estar com a libido anulada e não é sobre você, entenda. Não precisa se sentir rejeitado. Provavelmente ela não ia querer transar nem se você fosse o Cauã Raymond. Estude sobre o assunto, seja parceiro, seja paciente, seja maduro para compreender a situação, o momento. Gravidez é muito difícil e quando o neném nascer vai ser pior, principalmente nos primeiros meses, vai ser muito pesado. Então respire fundo, não faça o carente. Se informe. Respeite os momentos dela. Releve alguns surtos. E principalmente se esforce para fazer dessa fase uma jornada mais leve. Te garanto que trazer paz para sua mulher vai ser muito bom para você. 

- De novo, faça terapia. Mesmo se você não for muito ciumento. FAÇA TERAPIA. Pode não ser do tipo ciumento, mas certamente tem muitas questões internas para resolver. Todos temos. E quanto mais aprendemos a lidar com nossas emoções e confusões mentais, melhor nos relacionamos com as pessoas.

Experimenta fazer essas coisas para ver se a vida sexual não melhora. O tesão da mulher vem de alguns lugares mentais. Ela te admirar, te ver evoluindo, sendo cuidadoso, se esforçando pela relação, tudo isso aumenta o desejo dela por você. Vai por mim. Testa aí e depois volta aqui e me conta o resultado!

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

O dia que um homem sugeriu um date no Giraffas

Eu não morri, gente! O blog estava às traças por motivos de eu não querer ficar contando a mesma história over and over again. Os boys estavam ficando meio repetitivos nos ghostings, mas esssa semana eu passei por algo inédito na minha vida amorosa e que é ruim demais (ou seja, bom demais para vocês, porque sei que vocês gostam é do mal feito!) para ser verdade.

Já nem apago mais aplicativo de namoro. Eu deixo eles lá, quando dá uma enjoada eu paro de usar e depois eu volto. Eu não apago porque sei que a qualquer momento eu vou voltar.

Então, em mais uma dessas voltas, dei match no Happn com um rapaz que, de verdade, eu nem me lembrava de ter dado like. Uma carinha de nerd que não faz muito meu estilo, mas bom né, o mar não tá para peixe.

Começamos a conversar, ele bem gente boa, respeitoso, tudo certo. Após uns três, quatro dias conversando, ele me perguntou se era cedo para me chamar para sair. Eu disse que não achava e começamos a pensar em um lugar para ir. Ele falou que eu poderia escolher o local, mas que achava um açai excelente para esse calor. Eu como não gosto de açaí, já descartei logo a ideia. Rolou algo sobre um sushi no meio da conversa, mas não decidimos nada.

Ao mesmo tempo, eu já estava conversando há uns bons dias no WhatsApp com um outro rapaz, do Tinder, que já havíamos tentando marcar um date umas 2x e nossos horários estavam desencontrados. Até que nesse dia, ele me mandou mensagem do tipo: "Bora hoje?" e eu falei "Bora!". Fomos a um sushi. Date foi massa, cara gente boa, falamos sobre assuntos variados, pegada boa e beleza.

Voltando pro nerdzinho do Happn. Vamos sexta, mas para onde? Disse para ele que tinha ido ao sushi na terça com um amigo. Aí ele manda:

- Já que você comeu sushi ontem, vamos em outra coisa, né? 

- Sim! Vou pensar num lugar legal. Tem alguma coisa que você não coma?

E aí eu vou colocar aqui o print do que ele mandou.


Pois é. O cara, 31 anos na cara, teve a AUDÁCIA  de sugerir um primeiro date no Giraffas. Ou no Spoletto. Ou no churrasquinho da esquina. E eu fiquei tão impactada, que esperei ele mandar um "zoeira" "brincadeira", que não veio. E que ainda por cima, ao ser questionado, ele me pergunta, genuinamente, qual era o problema e alega que "eu sou simples mesmo" e "me desculpas se esses são os melhores restaurantes de Brasília" (eu queria morrer quando ele falou isso).

E aí, eu achava que não precisava, mas pelo jeito precisa explicar para os homens o porquê de isso não ser aceitável. Odeio Giraffas, Spoletto, espetinhos? Óbvio que não! Meu armário é basicamente construído por vasilhinhas do Spoletto e nada como um churrasquinho de gato saindo na hora. Mas, cara... NUM DATE?? Num PRIMEIRO DATE??

"Ah, então você é uma interesseira que só quer ir em lugar caro!" Não se trata MESMO do valor financeiro.

Esses lugares são lugares que você vai quando tá com pressa, com preguiça, sem grana total, ou depois de um dia cheio de trabalho passa no espetinho para comer rapidão. 

Em um date, você está querendo conquistar a pessoa, conhecer, demonstrar interesse. Se para você, é um dia qualquer, comum, que não exige nem um mínimo esforço de sentar num lugar mais legal, mais apropriado, com um clima mais propício, você mostra que não tem tanta importância assim para você.  O cara que sugere um date no Giraffas daqui a pouco vai aparecer de regata vindo direto da academia sem ter tomado nem um banho. Escreve o que eu tô dizendo.

E para ninguém vir me acusar de ser pelo dinheiro, quero deixar bem claro, que eu não tenho problema nenhum em dividir a conta no date. Até prefiro, na real. E sim, há opções baratas que teriam muito mais cara de date do que o churrasquinho da esquina que se pá não tem nem lugar para sentar e eu vou chegar em casa com o cabelo cheirando a fumaça:

- Um sorvete no fim da tarde, numa sorveteria que não seja o quiosque do McDonalds.
- Um picnic no parque.
- Uma noite no Buraco do Jazz, com canga no chão.
 
Coloquei aqui três opções, mas tenho certeza que outras pessoas tem também outras sugestões.

Eu ainda, pacientemente, tentei explicar o caminho das pedras:


Nesse momento, eu achei que ele fosse vir com tudo para cima de mim. E ele:


Cada vez a coisa indo ficando mais esquisita e, embora eu não ache, depois da conversa, que ele estava fazendo por descaso, eu me assustei no quão despreparado um homem 30+ está para um date! A gente não quer mais ser relationship tutor de ninguém a essa altura, não, gente! Se no primeiro date tá sendo assim... o que será de qualquer coisa que venha depois?

E aí, para não ser a maior escrota do mundo, eu sugeri um sorvete. Rápido, indolor, barato. Vai ser o primeiro e provavelmente único date, porque eu não consigo pensar em NADA que ele possar falar ou fazer para recuperar essa péssima primeira impressão deixada.

Tem gente achando que eu fui paciente demais. Que devia ter bloqueado logo ou que não deveria sair com ele de jeito nenhum.

Mas eu vou fazer minha boa ação da semana. Esperando que depois Deus veja meu esforço e me compense como eu mereço!




sábado, 2 de outubro de 2021

Não pegue o boomerang. Não vale à pena.

Quando o universo te livra de gente maluca, você escute, viu? Porque se voltar que nem boomerang você devolve. Não pegue o maldito do boomerang! Eu peguei. 

Já tinha dado match com esse cara no Tinder uma vez. As fotos dele eram super bonitas e a descrição do perfil irreverente, fora do lugar comum, o que costuma me agradar. A nossa conversa foi meio estranha, não marcamos de sair e segui a vida.

O vi algumas vezes no app de novo, mas passava reto. Um dia, depois de tantas vezes ignorar, dei like. Peguei o boomerang, gente. E deu match.

Começamos a conversar, inclusive constatando que já tínhamos dado match antes, mas que não lembrávamos direito porque não tínhamos saído. Ele me chamou para sair no mesmo dia. Na verdade, a ideia dele era já vir aqui para casa ou que eu fosse para casa dele (detalhe que ele mora com a mãe). Eu disse que não topava, que ele era um desconhecido total e que não achava uma boa ideia trazer de cara para dentro da minha casa. Ele argumentou dizendo a seguinte frase icônica:

- Mas eu tenho 13 gatos e gosto de Pokemon. Que mal eu poderia te fazer?

Eu fiz aquela cara que quem me conhece bem já pode estar imaginando aí e perguntei:

- Só porque você ama os animais e gosta de coisa de criança eu tenho que confiar em você? Se tem pai que estupra filha, uai!

Enfim, marcamos uma pizza. Chegando no local, ele não parava de falar de si mesmo. O quanto ele era legal, evoluído, as experiências que ele teve, a quantidade de minas que ele já pegou, como ele sempre vira amigo das mulheres que fica, as decepções que teve, a ex... A ex apareceu na conversa do app e depois pessoalmente. O cara era tão self-centered que até quando perguntou sobre mim, foi para rebater com coisas sobre ele. O cara era tão carente que depois de uma hora conversando, perguntando o que eu tinha achado dele (não façam isso, homens, é BROCHANTE!). O cara era tão sem filtro que achou apropriado me contar que já teve primeiros encontros no tinder onde ele acabou na cama com a mulher pedindo para ela penetrá-lo no forevis.

Como se a conversa toda não tivesse sido um mar de red flags, o cara pediu a conta DO NADA, sem nem me perguntar se podia, se eu queria comer mais ou algo parecido. O que me pareceu o tempo todo é que minha opiniões, desejos e vivências eram nada relevantes para aquele encontro. 

Dei um abraço nele e segui em direção ao meu carro para ir embora. Ele morava na quadra da pizzaria, então foi indo para casa à pé. Enquanto eu colocava o cinto e ajeitava uma musiquinha para ouvir durante o caminho, ele voltou e me questionou porque eu não tinha ficado com ele. Ofereci uma carona, ele entrou no carro e fomos conversando amenidades até lá. Chegando na casa dele, eu parei o carro e disse que não tínhamos nada a ver e que, ainda por cima, ele estava obviamente ainda envolvido com a ex. Ele tentou se esquivar, dizer que não era bem assim, que estava meio triste ainda, porém superado (aham). Eu disse que não tínhamos nada em comum e que não iria rolar nada entre nós. 

Nesse momento, ele resolveu colocar a cereja em cima do bolo e revelar que o motivo maior de frustração era porque sua intenção era fazer uma perfect week.

Para quem não pegou a referência, cata aqui: no seriado How I met your mother, tem uma personagem chamado Barney Stinson (interpretado por Neil Patrick Harris). O personagem é um mulherengo, gordofóbico, etarista, boçal. Em um dos episódios, ele se empenha para completar um perfect month: 30 mulheres diferentes em 30 dias do mês.

Agora me fala... se a referência de homem para alguém é o Barney Stinson, ele tem no mínimo um caráter duvidoso. Se ele ainda tem coragem de falar abertamente na cara da pessoa, ele não tem noção e nem respeito. 

E a partir de agora, eu prometo solenemente não pegar mais o boomerang. No good can come from this.


sábado, 6 de março de 2021

La friendzone






Todos já ouviram falar, muitos já frequentaram. A famosa "friendzone" nada mais é que você acabar no território de amigo e aquela pessoa que você está a fim não conseguir te olhar de outra forma. Pode ser que você tenha ficado a fim de quem você já era amigo ou pode ser que você tenha se tornado amigo demais da pessoa que você quer ficar. Acredito que os homens passem muito mais por isso do que as mulheres.

COMO ESSE FENÔMENO ACONTECE?

Primeiramente, por você ser a melhor pessoa do mundo com ela. Se preocupar, trazer mimos, ajudar a resolver os problemas, ser todo respeitoso, estar sempre disponível etc. 

MAS ISSO É RUIM?!

Pode ser, quando você deixa nesse campo e esquece da sexualidade. Você precisa deixar suas intenções claras. Não adianta você achar que a pessoa vai te querer apenas por você ser um cara super bacana. Tem que ter toque, pele, aquela brincadeirinha de duplo sentido, aquele elogio mais safadinho, aquele abraço com mais pegada, um cheiro no cangote. E o convite para sair não pode demorar muito. Se você ficar construindo território por muito tempo, a cada dia você vai entrando mais e mais na friendzone e a maioria dos casos é irreversível. 

COMO SABER SE ESTOU NA FRIENDZONE?

Se a pessoa começar a falar com você sobre outras paqueras... pode saber que já era. Ela não sacou que você queria algo mais (porque você com certeza não foi claro) ou ela não te olha dessa forma, e aí não tem jeito. Não tem como forçar a barra. Às vezes até ela te via como uma opção no começo, mas como você nunca demonstrou interesse nesse sentido, nunca a chamou para um date, ela achou que estava viajando. 

TEM COMO SAIR DA FRIENDZONE?

É difícil, mas não custa tentar, né? Se você perceber que ela tá te vendo só como amigo, você precisa imediatamente abrir o jogo. É a única solução. Não é garantia de que vá dar certo, mas quem tá no inferno, abraça o capeta. Tem a chance de, quando você falar, a sementinha ser plantada ali na cabeça. Se ela não te olhava daquela forma, de repente comece a considerar. Talvez demore um tempo. Se ela te der um fora, se afaste. Não continue sendo o fofo dos fofos (mas também não é para ser idiota, claro), porque dessa forma ela nunca vai te olhar mesmo como algo mais. Se você não acha que está pronto para se declarar, mude de postura. Seja menos fofinho e mais "pra frente". Já vai dando as indiretas, o lance é não deixar dúvidas de que você a deseja de outra forma

E se não der certo... parte para outro, my friend (desculpe o trocadilho infame!). E aplica as lições aprendidas na próxima vez. O que não tem remédio, remediado está.

E aí, pessoal? Já frequentaram a zona? Ou ao final desse post percebeu que tem alguém na sua vida que você pode estar colocando numa friendzone? Comenta aí e compartilha esse post com quem você achar que precisa ler essas coisas! 😅

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Falha na comunicação

Já escrevi aqui reclamando sobre a pouca habilidade dos caras de se comunicar nos aplicativos de paquera. É muito comum dar match com eles e ninguém puxar assunto (ou não responder quando você puxa). É comum também conversas monossilábicas, onde o cara só responde o que você pergunta. E também aquelas conversas que não duram 24h. 

Pois bem, não sei se foi a quarentena que deixou todo mundo meio zureta, mas agora os caras, em vez de fazer o mudo, tão falando horrores. E já de cara. Não dão nem oi, já chegam com o pé nos peito da gente. Mas é aquele negócio né... margem de erro para mais ou para menos, eles continuam com aquela dificuldade imensa de falar alguma coisa que faça sentido. 

Olha só esses macholinos que encontrei por esses tempos:





Bom, primeiramente esse rapaz enviou a mesma mensagem EXATAMENTE igual, o que me leva a crer que ele deu um Ctrl C + Ctrl V bonito e deve mandar a mesma coisa para várias mulheres.





Esse aqui tentou ser romântico, mas só passou                                                         por peão mesmo.






Esse é o meu preferido! O cara sem empolgou e deixou minha autoestima em dia hahahaha 

Um gênio!







Eu demorei uns 35 minutos para ler o currículo do Catho que ele me mandou, mas fiquei bastante impressionado mesmo foi com as marcações em caixa alta. Dedicado o rapaz. Deixa essa palavra mesmo.







Se descreveu como "peculiar". Você iria?





 É o que, moço?! Não entendi nada! hahahaha






Sério... QUÊ?!



O clássico "quando uma imagem vale por mil palavras", né?! Divirtam-se. Porque pelo menos para dar risada esses apps ainda estão funcionando! 


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Sobre assédio sexual

Não é não. E pronto.

Homem, mulher ou qualquer outro gênero. Qualquer um têm direito de se recusar a ficar com alguém e deve ter seu desejo respeitado.

Eu demorei para falar do comportamento tóxico da Karol Konká aqui no blog porque eu era fã dessa mulher. As músicas dela falavam diretamente comigo, eu ouvia e me sentia empoderada. Então é um choque cair do cavalo dessa maneira. É difícil acreditar que uma mulher que gravou uma música chamada "100% feminista" esteja prestando um desserviço tão grande à causa. 

Pois bem, depois de ontem, não tem para onde correr. 

Desde o começo do jogo, Karol se mostrou interessada em Arcrebiano. Os dois fizeram prova de resistência juntos, mas ninguém tinha visto clima de romance nenhum entre os dois. Do nada, ela começou a dizer pela casa que havia um interesse da parte dele e que ela poderia estar correspondendo o tal interesse.

Ontem, Karol encurralou o rapaz. Durante o dia, se deitou de conchinha com ele e o encheu de perguntas e insinuações que o deixaram desconfortável. À noite, durante a festa, estava decidida a beijá-lo. E por mais que ele tenha negado várias vezes, ela continuou agarrando-o. Vimos cenas dela pendurada no pescoço dele, ele se esquivando e ela forçando a barra, dizendo "só um selinho, então, vai". Foram cenas de horror para os dois lados. Karol se humilhando por uma migalha (sem contar com o fato de ter jogado sua possível concorrente para os braços de outro), Arcrebiano super sem jeito, sem querer ser grosseiro, mas com nenhuma vontade de ficar com ela, aparentemente. Um não quer, o outro insiste veementemente = configura assédio.

Alguns disseram por aí "ah, mas ele acabou ficando, então é porque no fundo ele queria". Toda pessoa que já sofreu assédio e não conseguiu escapar já ouviu isso. 

Arcrebiano foi um gentleman. Não destratou Karol em nenhum momento, não foi violento e nem agressivo. Mas seu semblante mostrava claramente seu desconforto, seu constrangimento, sua vontade de se livrar daquela situação. Ele foi assediado em público, em rede nacional, por uma mulher que fala por aí em suas músicas contra o assédio. O fato de ele ter acabado ficando com ela, não apaga o fato de que ele sofreu assédio. Quantes de nós já cedemos por pressão, por medo, para se livrar da pessoa, por vergonha? 

Karol Konká, aliás, vem sendo abusiva de várias formas dentro da casa, com várias pessoas diferentes. Arcrebiano é só mais uma vítima de seu comportamento tóxico e seu jogo sujo.

A cantora chegou a afirmar em uma conversa que Juliette é o tipo de mulher que fingiria um assédio para prejudicar um homem e que ela sufocava os meninos da casa com seu jeito. Como se isso não fosse quase um pecado capital saído da boca de uma suposta feminista.. é também interessante essa colocação. Diria que minimamente irônica, não?

Aguardo as consequências das ações abusivas de Karol Konká. O tombo vai ser feio, como ela mesma já disse em sua consagrada canção.






segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O esquerdomacho

Por conta do BBB do ano passado, onde pautas como o feminismo e o racismo foram assuntos em evidência entre os participantes e definiram toda a dinâmica do jogo, o BBB21 começou com uma pegada bem diferente. Esse debate já entrou com força desde o primeiro dia do programa e iniciou-se um perigoso jogo de cancelamento dentro da própria casa e um clima de bastante intolerância.

Dentro dessa temática, surge uma figura que eu ainda não tinha catalogado aqui no blog: o esquerdomacho. Representada principalmente na figura do Fiuk dentro da casa, o esquerdomacho é aquele homem que paga de desconstruidão, de apoiador de causas como feminismo e racismo, mas no fundo não passa de um macho escroto do mesmo naipe do hetero top que tanto criticamos. É um executor ferrenho de práticas como maninterrupting e mansplaining. É aquele que pede desculpa por ser homem e nos faz revirar os olhos num movimento de 360º.

Para começar, o Fiuk estragou expressões como "desconstrução", "reconhecer seus privilégios" e "lugar de fala". Está usando de forma leviana, querendo "converter" pessoas como se ele fosse o suprassumo entendedor das causas. 

Eu não estou aqui para cancelar ninguém. Eu acredito muito na aprendizagem, na evolução das pessoas - até porque, se não acreditasse, esse blog nem existiria, porque eu o vejo como uma ponte para aprender, não só uma chuva de críticas. Porém, o que falta para quem está aprendendo esse tipo de coisa, é ouvir mais e falar menos. Aprender é colocar em prática, muito mais do que arrotar lições de moral em qualquer pessoa que aparecer na sua frente. Na maioria dos casos, o cabra presta um serviço de muito mais qualidade se mantendo de boca fechada.

O Fiuk, por exemplo, nos primeiros dias de jogo, pareceu ser super sensato, aberto, acolhedor. Seu jeito carinhoso conquistou a paraibana Juliette, que logo começou a imaginar coisas românticas a seu respeito (chegando até a deixar o público impaciente com tamanha empolgação). Fiuk estava lidando  com o assunto de forma leve, mas agora, percebendo seu poder sobre a moça, usa de um tom arrogante e superior para falar com ela e dela (mas sempre com a fala bem mansa, repare), chegando a humilhá-la e fazendo-a sentir burra e não-autêntica. Esse é um dos comportamentos-chave de um esquerdomacho. Clica aí embaixo para conferir o ataque:


Fiuk praticou maninterrupting pesado com Carla Diaz (e tem feito isso com frequência) e já é conhecido na casa como um participante que não deixa ninguém falar. Depois de ter ido atrás dela para, supostamente, saber se estava bem e queria conversar, ficou debochando dela com outros participantes da casa. Também já vimos cenas onde ele "explica" para Carla seu lugar de privilégio num tom bastante presunçoso, fazendo-a sentir culpada por ter nascido branca e por ser uma artista bem-sucedida. Isso passa bem longe do objetivo de ensinar alguém a reconhecer seus privilégios. Reconhecer seus privilégios é um passo para que você use sua voz, que é ouvida, para ajudar quem não é ouvido (entre outras coisas, claro). Não deve ser uma ferramenta para fazer alguém que não tem culpa de ter nascido privilegiado se sentir mal por sua condição natural. Clica aí embaixo para conferir a palestrinha:


Li no Twitter (não vi essa cena) que as meninas estavam falando sobre tamanho de seios e o Fiuk chegou dizendo que corpo natural é lindo, que ele se amarra em seios pequenos e coisa e tal. Já falei aqui brevemente também sobre a mania que os homens tem de palpitar sobre nossos corpos. Com certeza ele achou que estava arrasando com esse comentário, já que a sociedade idolatra mulheres com seios grandes. Porém, mais uma vez, ele chega dando palpite em coisas que desconhece. Não experimenta da dor da pressão dos padrões estéticos sobre a mulher, dá opinião que não foi solicitada e palestra sobre assuntos que nunca lhe dirão respeito. Clássico esquerdomacho.

Fiuk é tão sem noção que soltou frases como "eu tive uma vida muito difícil", "ser pobre é uma delícia" e "não sabia que eu ia passar fome aqui", numa sala onde havia pessoas que cresceram na periferia, sem 1% das oportunidades que ele teve e possivelmente tendo algum que realmente tenha passado fome. Isso prova o quanto o discurso dele é incoerente com suas ações. Se tem uma coisa que ele não sabe ainda é reconhecer seus privilégios, embora não se acanhe em puxar cada participante da casa num canto e vomitar seu discurso decorado de livro. 

Portanto minha amiga, quando você conhecer um cara que paga de desconstruidão por aí, tome cuidado. Já fique de olho nesses sinais de alerta, porque se ele for um esquerdomacho, aparecem rapidinho. 

Para terminar, deixo esse vídeo sensacional da Ademara (uma influencer comediante de Pernambuco maravilhosa!) com uma ilustração do esquerdomacho clássico:



segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O homem-gambá

Essa quarentena mexeu com nossas cabeças de um jeito que nem Freud explicaria. Em nome da carência, algumas pessoas aceitaram coisas que até Deus duvida. E é nesse espírito que venho contar a história da nossa heroína do dia. 

Eliane um dia foi visitar uma sobrinha e conheceu uma amiga dessa sobrinha, que disse ter um irmão para apresentar para ela. Gustavo, o tal irmão, adicionou Eliane no Instagram e assim começaram a se conhecer.

Tudo foi estranho desde o começo. Gustavo insistia para que Eliane o recebesse em sua casa e chegava a ser inconveniente com a insistência. Porém, como a carentena bateu forte, Eliane acabou cedendo um dia desses e o rapaz foi parar em seu apartamento. 

Era a primeira vez que se veriam, mas pelo jeito ele não se preocupou nem em tomar um banho. Chegou com aquele fedor de quem passou o dia todo na rua e isso já deixou Eliane bastante desanimada.

Ainda assim, a carentena não deixou de falar mais alto e quando menos esperava, ela estava na cama com um cara que gritava OHHHH a cada enfiada e que urrava feito um gorila na selva quando gozava; ela nunca se esforçou tanto na vida para não rir. 

Alguns dias depois, a carentena bateu novamente e Eliane deixou Gustavo fazer uma segunda visitinha. Dessa vez, ele se superou e trouxe, junto com o já conhecido cheirinho azedo de sovaco vencido, um chulé insuportável. O futum empesteou o apartamento, ela teve que arreganhar todas as janelas numa tentativa desesperada de se livrar do odor do bofe. A paciência estava no talo. Ele sentou-se no sofá e jogou as pernas por cima dela, prendendo sua circulação. Foi o fim. Dessa vez não teve carência que desse conta, Eliane teve que se livrar do homem-gambá.

Depois de alguns dias sem dar muita moral para ele, ela recebe uma mensagem dizendo:

- Você está estranha. Você deve ter algum problema. Você ainda pensa muito no seu ex, né?

- É, você tem razão. Penso MUITO no meu ex.

O mais bonito desse tipo de homem é que ele nunca acha que o problema é ele. É o que a gente sempre diz: a autoestima do homem hetero precisa ser estudada.

E pasmem, quando ela achou que havia passado por tudo o que tinha que passar com esse homem, ele comenta um de seus stories dizendo:

- Quero você com esse bocão aí!

Às vezes é melhor ficar na carência, galera. Vai por mim. Nada é tão ruim que não possa piorar. 

_____________________________________________________________________________

*Todos os nomes desse post estão com nomes fictícios, como sempre fazemos nesse blog.