terça-feira, 2 de outubro de 2018

Você não é obrigado a ser infeliz

Eu me sinto extremamente tocada quando vejo pessoas desperdiçando seu potencial de felicidade. Às vezes a gente acha que está vendo uma pessoa feliz, uma família perfeita e por uma frase simples você descobre que a pessoa está agarrada à infelicidade como se tivesse cola.

Por que é tão difícil para largarmos um curso da faculdade com o qual não estamos nos identificando? Ou um emprego que odiamos? Ou se afastar de uma "amizade" tóxica? Ou abrir mão de um relacionamento teoricamente perfeito? Bate aquele medo né? Medo de não encontrar seu caminho, de ficar desempregado para sempre, de ficar solitário, de nunca mais alguém querer ficar com você...

Essa semana eu estava dando aula e o tópico era STRESS. Tenho 3 alunos, 2 mulheres e 1 homem, todos casados e com filhos pequenos (entre 2 e 8 anos). Estávamos lá debatendo situações de estresse, falando que era estressante fazer o dever de casa com os filhos e discutindo moedas de troca, como por exemplo "você só pode jogar video game se fizer todo o dever de casa". Assim que mencionamos essa opção, uma aluna disse: "e quando é o seu marido que não sai do video game?"

Eu senti a mágoa nas palavras dela. O marido dela é médico. Quase não fica em casa. E quando chega, só quer ficar grudado no video game.

Rimos, falamos que realmente era um problema (tudo em tom de brincadeira), mas eu não pude reparar em como ela ficou após mencionar o marido. Parece até que abrimos as portas para ela desabafar e acredito que tenha ficado claro para todos - não só para mim - que ela estava em uma relação infeliz.

Passamos para falar sobre modos de desestressar. A outra mulher da turma disse que gostava de ouvir música, assistir um filme ou tomar uma cerveja. Aí eu perguntei: "vocês saem sozinhos com seus cônjuges?" e os dois disseram que sim na hora, menos ela. Ela disse "NÃO!" imediatamente. E complementou: "eu convido meu marido, mas ele sempre diz não. E passa a noite com o video game. Isso me irrita!".

Mais do que irritada, ela estava claramente magoada e se sentindo rejeitada.

Depois mencionou que uma vez ela deixou os 2 filhos ( um de 2 e um de 7) sozinhos com ele por uma tarde, que ele passou assistindo TV com os meninos, segundo ela. Quando ela chegou, ele disse que precisava de ajuda porque cuidar de dois 2 sozinho era muito trabalho. E ela respondeu: "assistir TV com as crianças o dia todo não é cuidar deles. Se fosse só isso, seria mole."

Dá pra perceber que além de estar magoada como mulher, como esposa, ela está recebendo toda a carga de cuidar dos filhos também, porque pelo jeito ele não é lá o melhor pai do mundo, não.

É complicado. Ela está infeliz, isso ficou óbvio para mim. E se separar, vão chamá-la de louca. Que o mar lá fora não tá pra peixe. Que eles tem um filho pequeno. Que ele é médico. Que é só uma fase. E enquanto isso, a vida dela vai passando e ela lá, abraçada com a frustração e a tristeza.

Eu não acho que casamento seja fácil e que as pessoas devam desistir no primeiro obstáculo. Demanda muito diálogo, comunicação, afeto, compreensão, ceder daqui e de lá. Mas se está deficiente dessa forma em coisas tão básicas, considero esse relacionamento na UTI.

Não é que o marido dela não possa jogar um video game de vez em quando, claro! Mas quando ele negligencia a família e o relacionamento o tempo todo para fazer outra coisa banal (qualquer vício que seja), ele não está verdadeiramente AMANDO. Eu posso até correr o risco de ser um pouco leviana, mas também acho que a chance de ele estar traindo ela é bem grande. Esses são sintomas bastante comuns em alguém que está mantendo vida dupla.

Nós precisamos ter coragem. Não é fácil! Mas acredito muito que viemos ao mundo para sermos felizes! E depende da gente construir nosso caminho. É necessário desapegar de certas coisas e pessoas que já não cabem mais na nossa vida. Só a gente pode mudar nosso destino, tomando as rédeas e decidindo por nós mesmos. Ninguém é obrigado a nada e nos faltar compreender isso. Nos apegamos a padrões, conceitos, ideais que muitas vezes nem fazem sentido para nós.

Me deu uma tristeza olhar para ela, uma mulher jovem, tão cheia de decepção no rosto. O cansaço estampado. A própria imagem de quem só vive para os outros e nada para ela.

E aí eu precisei escrever esse post! E ele é para dizer para você, que está preso a um relacionamento falido, que não te faz mais bem, que não te traz mais felicidade e leveza, para você TER CORAGEM e RETOMAR A SUA VIDA. Você importa! Você merece ser feliz! Com 18, 40, 60 ou 80 anos! A felicidade é uma escolha. Você não precisa ficar sofrendo! Você poder fazer diferente, escolhas novas, mudar! Toda mudança causa dor no início, mas EU JURO que vai valer a pena! Lembre-se: somos escravos das nossas escolhas. O que você vai escolher hoje?

PS: Falamos de relacionamento, mas essa reflexão pode servir para tudo na sua vida! Apenas decida mudar a rota se a rota que você faz todo dia não te faz mais feliz! Saia do emprego, mude de curso, de casa, de amizades! VÁ SER FELIZ!

Um comentário:

Unknown disse...

Eu vivi um relacionamento de 30 anos, poderia ter medo de me separar e de achar que a vida não me daria outra oportunidade. Sim, tive esse medo, mas criei coragem, mesmo aos 52 anos.
Decidi ser feliz, com ou sem alguém! E é o que estou fazendo atualmente! nascemos para ser felizes, o resto é consequência!