sexta-feira, 10 de março de 2017

Meninos religiosos

Desde adolescente fui envolvida com as coisas da igreja. Aos 14 anos, comecei a participar de um grupo jovem que era o amor da minha vida e nele permaneço até hoje - apesar de bem menos envolvida. Por isso, o assunto que quero tratar hoje é algo de que posso falar com propriedade, sem ficar me baseando num disse-me-disse, mas sim na minha própria experiência. Hoje quero parar pra falar sobre meninos religiosos.

O fato é que a gente entra na igreja, conhece pessoas, e acha que lá tem gente mais idônea do que nos outros lugares, o que é uma ilusão sem tamanho.

Ao longo desses mais de 15 anos dentro do grupo, conheci gente de tudo quanto é jeito! Mas preciso falar da quantidade de meninos religiosos hipócritas que existem.

Antes de mais nada, quero deixar claro que eu não tenho essa imagem de que as pessoas religiosas são mais certinhas que as outras. Na minha concepção, o indivíduo que procura uma religião está interessado em se conectar com o divino - seja lá qual for sua crença - a fim de melhorar como pessoa. O que não significa que ele seja perfeito ou santo, porque, afinal, se o fosse, não precisaria de igreja nem nada, certo? Pelo menos esse sempre foi o meu objetivo quando ia à igreja: fazer reflexões que pudessem afetar o modo como vejo as pessoas, trabalhar nos meus defeitos, ser mais compreensivo, mais caridoso, mais humano, enfim, melhorar enquanto pessoa.

A hipocrisia mora em um lugar bem diferente do que a maioria das pessoas imagina. Eu vou dizer onde está a hipocrisia.

A hipocrisia está naquele cara que você conhece na igreja, tenta te comer de qualquer forma, e depois fica postando textão sobre namoro santo ou fazendo homenagem para namoradinha virgem que ele arranjou porque ela é a mulher que Deus preparou para ele e eles formarão um lar santo algum dia. Sendo que no outro dia, o cara tava querendo comer tudo que via pela frente.

A hipocrisia mora naquele cara que trata a mãe que nem uma rainha, que morre de ciúmes da irmãzinha mais nova, mas que sai na balada e trata mulher como um objeto. Que engana todas, que faz coleção de contatinho e todo FDS escolhe uma diferente pra levar pra cama.

É esse mesmo cara, que anda com terço pendurado no retrovisor e tem uma tatuagem de Maria Santíssima, que divide mulher entre "pra comer" e "pra casar". Que ama a Mãezinha do Céu, mas não tem respeito pelas mulheres da Terra.

Então, infelizmente, não podemos contar com o fato de que homens religiosos tenham mais respeito e consideração por nós. É uma falácia, é uma mentira, isso não tem nada a ver com o caráter de alguém. Pode ser que um cara ateu te trate melhor e pode ser que você conheça alguém legal na igreja, sim. Mas provavelmente porque essa pessoa já é legal por si só, não porque a igreja o modificou. A reflexão religiosa tem esse poder de trazer bom senso para as pessoas? Claro que tem! Eu mesma já me policiei muito sobre várias atitudes por causa de coisas que li, estudei, vivenciei dentro da igreja, mas honestamente, isso não é garantia de nada. E é nesse ponto que quero tocar: conheça a pessoa de verdade. Não ache que só porque ela vive numa ambiente religioso, ela é melhor que a maioria das pessoas.

Fica aqui só um alerta, principalmente para meninas novas que acham que vão encontrar o príncipe encantado na igreja. Muito cuidado com a idealização de um esteriótipo! Experiência própria: NÃO DÁ CERTO!

XoXo

Um comentário:

Bárbara Freitas disse...

To digitando com os pés pq com as mãos eu to aplaudindo! Se tem um lugar que a gente acha que é "seguro" e não é porrézima nenhuma esse ambiente é o religioso!
Ahazou, amiga :)