quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Sentimento de posse e o que fazer com ele - a decisão é sua

Mulher é um bicho estranho. A gente vive sentindo coisas que não quer sentir. E depois tem que ficar ouvindo todo mundo dizer "você quer se sentir assim!" - não é tão fácil. Quem foi que disse aquela frase estapafúrdia "O sofrimento é opcional"? Lógico, transformamos qualquer coisa em um drama sem fim, e com o tempo, aprendemos que a única coisa que podemos fazer é turn off the drama e move on. Não dá pra perder meses sofrendo, como quando se é adolescente. Mas o que nos faz sofrer?

Não sei o que acontece comigo, acho que devo ter muito bom gosto (ou as pessoas estão sem opção mesmo!!), mas desde o começo da minha vida amorosa é um tal das minhas amigas furarem meu olho sem nenhum pudor. Não é uma coisa isolada, já aconteceu mais de 3 vezes, fico pensando: sou muito inocente, muito desapegada ou trouxa mesmo?! Qual é o meu problema?

Minhas amigas brigavam comigo, no passado, dizendo que isso era muita sacanagem, e que eu tinha que me vingar ou nunca mais olhar na cara de quem fez isso comigo. Eu não vou dizer que já terminei amizades - no sentido literal, tipo "nunca mais quero te ver na minha vida" -, mas já coloquei o pé no freio depois que muitas dessas coisas aconteceram, não confiava mais na pessoa, e acabava que de uma forma ou de outra, a amizade acabava indo pro saco.

Hoje, porém, penso: até quando vale a pena pôr um fim numa amizade por causa de um carinha?! Pior, por causa de um carinha que não significa lá grandes coisas para você?!

Oras, todas nós temos aqueles bofes que já ficamos e criamos um sentimento de posse sobre o indivíduo. É aquela pessoa que, às vezes nem rolou sentimento, mas rolou uma atração fatal, uma coisa de pele fora do comum. Você não quer que ninguém buline com aquela pessoa. Muito menos suas amigas, dammit. Mas se o infeliz for sem-vergonha (como na maioria das vezes é, porque normalmente você vai ter coisa de pele e sentimento de posse com gente que não presta e que você não vai ter nada sério. Mas não interessa, você não quer que ninguém fique com ele!!) e você tiver uma amiga atraente, ela não vai escapar. Ele vai ser insistente e envolvente, ela vai ser fraca e curiosa e BAM! Quando pensa que não, lá vem ela: "amiga, preciso te contar uma coisa".

Aconteceu comigo. Aliás, está acontecendo - não foi uma coisa pontual, para matar curiosidade; é uma coisa que virou interesse das duas partes e agora eu tenho que decidir o tamanho da importância que vou dar para isso.

Vamos aos fatos:

1) Eu tinha certeza que ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Ela já havia demonstrado interesse e é linda e solteira. Ele é sem vergonha, envolvente e não perde tempo. Era apenas uma questão de oportunidade. Eu já sabia que ia rolar, mesmo eu tendo pedido para ela não ficar;

2) Ele parou de dar em cima de mim após ter ficado com ela. Sinal de que o babado é mais tenso do que eu imaginava.

3) Nossa amizade é relativamente nova.

4) Eu não tenho o menor interesse em ter algo sério com ele: ele é quase 7 anos mais novo que eu, moleque em todos os sentidos da palavra, fama de infiel, e a ex dele me adora.

5) Temos uma atração forte um pelo outro, mas só ficamos de fato há 3 anos, apesar das constantes trocas de flertes e provocações.

6) Eu já "perdi" grandes amigas por causa de caras que não valiam a pena.

7) Não sou mais adolescente.

8) Mas também não tenho sangue de barata.

9) Ele está passando por um momento muito difícil e ela está sendo a mais fofa das pessoas, ajudando-o, dando a maior força. Isso aumenta muito a chance de eles terem algo sério. Terei que lidar com essa possibilidade.

Bom, quando ela me contou, demonstrei que não tinha ficado lá muito feliz. Mas deixei claro que não estava com raiva e que não havia sentimento em relação a ele, apenas uma atração física. Ela disse que tinha sido uma coisa isolada, mas como não é minha primeira vez e não nasci ontem, é claro que não acreditei. Disseram que eu tinha que ter sido mais clara em relação ao fato de não ter gostado, mas o fato é que eu realmente não quero dar ibope para esse ciúmes que estou sentindo. É infundado, é ridículo. Se eu quisesse ficar com ele, eu tinha ficado antes. Desde que ficamos, há 3 anos, ele vivia dando em cima de mim e eu me fazendo de rogada. Uma semana antes de ficar com ela, lá estava ele dando em cima de mim. Se eu tivesse ficado, talvez ele nunca tivesse ficado com ela. Gostava do ego inflado com os elogios, com as investidas, mas de fato, de fato, não era uma coisa que eu super sonhava em repetir. É estranho como o ser humano pode ser escroto: eu não quero, mas também não quero que ninguém queira. Se eu tivesse alguma intenção de levá-lo a sério, eu diria a ela "back off, he's mine", mas fazer isso só por capricho? Para ficar com ele de novo e ver que, ok, a atração está lá, mas é só, não vai ter futuro?! Finalmente aprendi a usar a razão em muitas coisas na minha vida que antes eram absolutamente comandadas pela minha impulsividade. Não estou dizendo que está sendo MEGA agradável ou SUPER fácil vê-los juntos, que não morro de ciúmes por dentro e que não fico com vontade de sair correndo quando sei que eles estão no mesmo ambiente que eu. Mas é só porque eu não tenho como controlar o que sinto, mas graças a Deus tenho como controlar minhas reações externas e não deixar as pessoas perceberem o que tá rolando por dentro. Vai passar isso também. Já, já, eu me acostumo. Já, já, eu desencano. Já, já, arranjo outra preocupação. Mas por enquanto é isso: controlar os impulsos e optar pela sanidade. E principalmente pela relação que é mais importante para mim. I'll survive.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tá na constituição: se não é mais de sua alçada, não há pq querer jurisdição sobre o objeto (o garoto, no caso)... Mas quem disse que coração respeita constituição??

Leo Vila