segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O homem-gambá

Essa quarentena mexeu com nossas cabeças de um jeito que nem Freud explicaria. Em nome da carência, algumas pessoas aceitaram coisas que até Deus duvida. E é nesse espírito que venho contar a história da nossa heroína do dia. 

Eliane um dia foi visitar uma sobrinha e conheceu uma amiga dessa sobrinha, que disse ter um irmão para apresentar para ela. Gustavo, o tal irmão, adicionou Eliane no Instagram e assim começaram a se conhecer.

Tudo foi estranho desde o começo. Gustavo insistia para que Eliane o recebesse em sua casa e chegava a ser inconveniente com a insistência. Porém, como a carentena bateu forte, Eliane acabou cedendo um dia desses e o rapaz foi parar em seu apartamento. 

Era a primeira vez que se veriam, mas pelo jeito ele não se preocupou nem em tomar um banho. Chegou com aquele fedor de quem passou o dia todo na rua e isso já deixou Eliane bastante desanimada.

Ainda assim, a carentena não deixou de falar mais alto e quando menos esperava, ela estava na cama com um cara que gritava OHHHH a cada enfiada e que urrava feito um gorila na selva quando gozava; ela nunca se esforçou tanto na vida para não rir. 

Alguns dias depois, a carentena bateu novamente e Eliane deixou Gustavo fazer uma segunda visitinha. Dessa vez, ele se superou e trouxe, junto com o já conhecido cheirinho azedo de sovaco vencido, um chulé insuportável. O futum empesteou o apartamento, ela teve que arreganhar todas as janelas numa tentativa desesperada de se livrar do odor do bofe. A paciência estava no talo. Ele sentou-se no sofá e jogou as pernas por cima dela, prendendo sua circulação. Foi o fim. Dessa vez não teve carência que desse conta, Eliane teve que se livrar do homem-gambá.

Depois de alguns dias sem dar muita moral para ele, ela recebe uma mensagem dizendo:

- Você está estranha. Você deve ter algum problema. Você ainda pensa muito no seu ex, né?

- É, você tem razão. Penso MUITO no meu ex.

O mais bonito desse tipo de homem é que ele nunca acha que o problema é ele. É o que a gente sempre diz: a autoestima do homem hetero precisa ser estudada.

E pasmem, quando ela achou que havia passado por tudo o que tinha que passar com esse homem, ele comenta um de seus stories dizendo:

- Quero você com esse bocão aí!

Às vezes é melhor ficar na carência, galera. Vai por mim. Nada é tão ruim que não possa piorar. 

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*Todos os nomes desse post estão com nomes fictícios, como sempre fazemos nesse blog.

Um comentário:

Bárbara Garcia disse...

Çocorro! Catinga é puxado.