quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Alerta: o novo "chat da Uol"

Olá, meus amores!

Hoje vim contar uma história engraçadinha, mas para falar de um assunto sério.

Às sextas-feiras, temos um grupo de amigos que joga online. Normalmente nosso primeiro jogo é GARTIC (é uma espécie de Imagem e Ação online). Você pode entrar em salas que são abertas ao público, e geralmente é isso o que fazemos. Com isso, muitas vezes entramos em salas que tem crianças e adolescentes. Foi o que aconteceu semana passada.

Estávamos lá jogando tranquilamente, até rindo das conversas infantis das meninas que estavam na sala, quando aparece um desenho de "cafuné" para um dos meninos do grupo desenhar. Após ele desenhar, uma das meninas o marcou no chat e disse que a amiga gostava de cafuné e pediu o Whatsapp dele

Achamos super engraçado, rimos muito, até zoamos, mas depois conversando mais sobre o assunto, percebemos o quanto isso poderia ser perigoso. Imagina se um pedófilo entra numa sala dessas e acaba atraindo uma dessas meninas? Elas tiveram sorte de encontrar um homem sem más intenções no caminho, mas dependendo da pessoa, essa história poderia ter tido um fim diferente, talvez até trágico.

Algumas alunas minhas (meninas de 12, 13 anos, como as meninas do jogo) já relataram terem sido abordadas por homens no Instagram, então isso não seria nenhuma novidade. O fascínio por homens mais velhos, o mistério por trás do desconhecido, a maturidade fake que parece vir junto com a adolescência: tudo isso pode ser a receita perfeita para um pedófilo em ação. Esse ano, inclusive, houve várias denúncias de pedofilia praticada por professores nas escolas. Eles se aproveitam de todos esses aspectos citados acima, e acabam envolvendo e seduzindo jovens desavisadas com brincadeirinhas, elogios e carinhos inapropriados.

Eu não sou a favor de invasão da privacidade de adolescentes, mas acredito que seja um momento importante para que os pais fiquem de olho em qualquer comportamento atípico e sempre tenham essa conversa importante com seus filhos e - principalmente - filhas. Se antes nos diziam "não dê conversa para estranhos", agora a coisa ficou ainda mais delicada, pois a interação virtual está cada vez mais comum e conhecer estranhos o tempo todo virou parte da rotina dos adolescentes.

Se nós adultas, ao usarmos aplicativos de namoro, já temos receio de nos encontrar com alguém novo (muitas mandam a localização para uma amiga, como medida de segurança), imagina o cuidado que temos que ter com essas meninas inocentes? Pedófilos que se escondem por trás de telas de celular existem aos montes, portanto, todo cuidado é pouco.

Papais e mamães, liguem as antenas! A solução não é prender as crianças e adolescentes em uma bolha, mas mantê-los sempre bem informados sobre os perigos da Internet. Um diálogo familiar aberto também gera a confiança necessária para que eles se abram com vocês caso algo estranho aconteça no ambiente virtual (e fora dele também, claro!). Sejam os melhores amigos dos seus filhos e vocês conseguirão protegê-los com muito mais eficácia.