quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Despedida de solteiro

Ontem uma amiga que vai casar reuniu várias meninas para uma noite de farra na cidade: era sua despedida de solteira. Assim, minha cabeça que nunca pára de pensar nesses detalhes sobre relacionamentos, começou a fervilhar de devaneios sobre o significado desse curioso ritual.

Fui atrás e descobri que, antigamente, a despedida de solteiro - que era exclusivamente masculina - tinha o intuito de comemorar com os amigos e juntar um dinheiro que garantiria que eles continuariam a sair para a farra mesmo depois de se casar. Quando essa tradição tomou o mundo feminino, era uma noite na qual as amigas ajudavam a noiva a verificar se o enxoval estava completo e tratar de qualquer coisa que faltasse. Hoje em dia, os conceitos são iguais e a noite da despedida de solteiro, quanto para a noiva, quanto para o noivo, é uma farra com os amigos, sem a presença do amor.

Mas afinal, qual é o verdadeiro significado disso? O que separa a vida de solteiro da vida de casado? Fiquei pensando no que vai mudar na vida da minha amiga a partir de sábado, o dia do casamento. Me bateu um desespero quando passou pela minha cabeça que a despedida de solteiro pudesse significar "adeus, amigas, não vamos mais nos ver, nem sair, nem vou mais beber e muito menos dançar até o chão". Será possível que a vida de casada possa impedir que você se divirta com suas amigas numa noite louca de bebida e dança? E por que?

Para mim (antes de começar a frequentá-las), as despedidas de solteiro eram mais literais. Achava que era uma noite em que os noivos estavam liberados para beijar outras pessoas pela última vez, e quiçá até mesmo dormir com uma pessoa diferente antes de casar. Depois que eu vi que era apenas uma farra com as amigas e que não tinha nada de "livres por uma noite", comecei a questionar - na minha cabeça, claro - o significado disso tudo. Se não vão, de fato, se despedir, para que fazer essa festa?

Fui perguntar para a noiva o que ela achava, por que tinha feito, e ela me disse que, para ela, era apenas um ritual de passagem. Todo mundo que vai casar faz lá o chá de panela e a despedida de solteira, e por isso ela estava ali fazendo, que não tinha refletido sobre o assunto. Achei ótimo quando ela disse que não deixaria de fazer nada daquilo com as amigas pelo fato de estar casada - isso era uma real preocupação. "Eu sei que vou ter outras obrigações com a casa, com o esposo e tal, mas não vou deixar de sair com as minhas amigas, de curtir. E eu não vejo problema nenhum em ele estar junto também. Não foi uma despedida, no significado mesmo da palavra", ela me falou.

Em suma, esse tal "rito de passagem" não tem muito significado, vamos combinar? É apenas uma desculpa para fazer festa com os amigos e pronto. Sinceramente? Eu sou sempre a favor de festejar, mesmo que seja nada, então, que venham mais e mais despedidas de solteiro!

Um beijo especial para minha noivinha querida e que ela seja muito feliz!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O que você tem a oferecer?

É engraçado como as coisas mudam com o passar do tempo. Vamos crescendo em idade e junto disso vem a maturidade e o entendimento de certas coisas que costumávamos fazer e acabavam nos dando muita dor de cabeça. Infelizmente - ou felizmente, porque afinal a vida tem que ter emoção! -, não aprendemos tudo, mas algumas lições ajudam a lidar melhor com nossos desejos e também com as nossas frustrações.

Todo mundo sabe que não existe ninguém perfeito e que quando começamos a nos relacionar com alguém estamos sujeitos a sofrer com os defeitos da outra pessoa e ela com os nossos. Apesar de sabermos disso, tenho a impressão de que por vezes esquecíamos que é impossível encontrar uma pessoa que atenda a todas as nossas necessidades e que tenha todas as características que procuramos em um significant other. De repente, lá estávamos nós tentando, a todo custo, modificar aquela pessoa imperfeita, na vã esperança de que o transformaríamos em nosso príncipe encantado. Por que nunca paramos para nos dar conta de que seria mais fácil aceitar que o outro tenha defeitos ou cair fora porque não aceita? Por que tanta insistência em querer mudar alguém? Quanto de nós mesmos estamos dispostos a mudar para atender às necessidades do outro?

Quando você se dá conta de que não tem jeito mesmo, todo mundo vem com defeito de fábrica - inclusive você! -, você começa a modificar seu pensamento. Chega um ponto em que todos sabemos o que queremos em um relacionamento. Nem digo em uma pessoa, mas na forma como ela se relaciona com você. Agora, ao invés de pensar "ele podia ser mais carinhoso" ou "ele podia me ligar mais vezes ao dia" ou "ele podia frequentar mais as festas da minha família" ou "ele podia falar três línguas", passamos a pensar: "ele é assim. Estou disposta a aceitá-lo com tudo de bom e ruim que ele é?". Ou ainda: "isso é o que ele tem para me oferecer. Será suficiente para mim?"

O segredo é mudar o foco. Ao invés de pensar em moldar a outra pessoa para que ela fique como você quer, o negócio é entender a relação entre o que você quer e o que o outro tem a oferecer.

Claro que tem coisas que podem ser resolvidas em uma conversa, que relacionamento é ceder de um lado e de outro, e acredito que estar em uma relação significa abrir mão de certos hábitos nossos (ou ao menos se policiar) que possam chatear ou magoar a outra pessoa. Mas me parece que não conseguimos internalizar de que nunca vai haver alguém que atenda 100% das nossas necessidades e é por isso que ficamos por aí perdendo nosso tempo atrás de algo que não existe.

Você tem todo o direito de querer um certo tipo de relacionamento. Mas não pode obrigar o outro a querer o mesmo que você. A te oferecer o que ele não tem para dar. Então a decisão é sua: o que ele pode me oferecer é o suficiente para me fazer feliz? E daí você vai ter que abrir mão de alguma coisa: ou desse romance que não está preenchendo suas expectativas ou de certas exigências da sua lista do relacionamento perfeito.

Enfim, tudo isso para dizer que não adianta a gente ficar por aí tentando transformar sapo em príncipe - e nem sapa em princesa, for that matter. Aceita que o sapinho tem defeitos, que vai ter dificuldade de atender certas necessidades suas e tome sua decisão: sou capaz de viver com isso? Tá bom ou eu quero mais? E assim que você decidir, vai ter bem mais autonomia sobre seus desejos, frustrações e relacionamentos.

"Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo
Mas aprendendo a jogar."

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ai de mim que sou romântica!

O povo me pergunta porque eu tô solteira há tanto tempo (na verdade, ainda nem fez 3 anos. Mas como meu último namoro durou só 3 meses, a gente pode contar com os quase 2 anos que fiquei solteira antes dele) e eu não sei o que responder.

As pessoas me acusam de ser muito seletiva, mas tenho a impressão de quem está comprometido, especialmente se for há muito tempo, não tem noção de que a coisa está feia. Não é simplesmente uma questão de querer ou não. É uma questão também de ser querida ou não. E de que, claro, alguns fatores pesam contra mim nesse momento:

1) Adoro balada, roupa curta e falo palavrão, então, obviamente, não sou mulher para você apresentar para sua mãe.
2) Faço 29 anos mês que vem.
3) Nunca tive relacionamento longo.
4) Ah, tá, vai, sou um pouco seletiva, sim e acabo ficando meio impaciente.

Mas vou contar para vocês dois episódios da minha vida que provam que não é tão simples quanto achar que eu escolho demais. Vou contar dois, mas vai parecer que é só um:

Estava eu lá, linda e ruiva, de boa na lagoa, quando de repente um certo alguém vem e se "declara" pra mim no whatsapp. Fiquei chocada, não esperava. Ele me pediu pra pensar. E foi o que eu fiz. Comecei a pensar na pessoa que ele era. Rapaz muita gente boa, extrovertido, carinhoso, trabalhador, blablabla, tudo o que uma mulher podia pedir a Deus e, mesmo sem ele fazer meu tipo, baixei a guarda e resolvi dar uma chance. Achava que estava entrando num local seguro, ele não fazia o tipo galinha. Tinha certeza que ele não ia me magoar e na verdade eu tinha era muito medo de magoá-lo. Depois de duas ou três semanas de intensa conversa no whatsapp, ele vira e fala pra mim que vai se mudar de Brasília.

A outra história é mais ou menos igual. Veja bem... o universo anda tão sacana que nem sequer se dignifica a mudar a história e manda duas repetidas: uma atrás da outra.

O primeiro, ainda depois da mudança, continuou num flerte eterno comigo, e eu continuei com a guarda lá embaixo, cogitando coisas, pensando, refletindo, até que ele resolve me dar o gelo do século e, assim como qualquer outro que eu fique numa balada, some e nunca mais olha para trás.

O segundo ainda não foi embora de Brasília e vez em quando vem demonstrar sua extrema dúvida e sua firme vontade de continuar ficando comigo, mas já deixei claro: WHY BOTHER? A gente continua, daqui a um mês você se manda e eu fico como? E você, fica como? Melhor não complicar as coisas.

Aí a pessoa mal sabe da minha vida e fala que "eu escolho demais"? Faça-me o favor! Abri meu coração para pessoas inimagináveis e não adiantou nada.
Não é melhor voltar a se proteger e ficar de boa, nas minhas baladas, sem me envolver?

No fundo, eu sou a personagem da música MUTANTE, eternizada pela Daniela Mercury.

"Juro que eu me sinto um pouco rejeitada, me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa, depois eu passo para outra
Como um mutante, no fundo sempre sozinho, seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!"

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Porque mulher é tudo maluca

Ontem, dia 27/08, comemoramos o dia do Psicólogo, esse profissional super importante da mente, que nos ajuda a compreender nossas neuras, inseguranças, agonias, obsessões e dúvidas.

Foi aí que parei para pensar no quanto a psicologia influencia nos relacionamentos diariamente. Afinal, quem nunca ouviu da boca de um homem "aquela mulher é maluca!"?

Acho muito engraçado como toda mulher acaba passando atestado de maluca ao reagir a certas atitudes consideradas normais para um ser do sexo masculino. Os homens tem tanto medo de se envolver, que qualquer atitude de personalidade é considerado "maluquice" e usado como desculpa para cair fora de dar-se uma explicação para algum comportamento duvidoso.

Ilustremos:

Acontece quando aquele carinha com o qual você estava flertando e conversando todo dia, desaparece, sem nenhum motivo aparente, fica um, dois meses sem nem falar com você, e de repente, não mais que de repente, resolve aparecer como se nada tivesse acontecido, esperando que você o aceite de braços abertos e pergunte como anda a família. Quando você resolve questionar o sumiço, ele te acusa de louca, diz que você está criando expectativas e projetando um relacionamento que nem existe. É sério que eles esperam que estejamos disponíveis o tempo todo, enquanto eles decidem se somos ou não boas o suficiente para eles?

Acontece quando você pega seu namorado futricando o Facebook da ex e exige uma explicação. Para ele, você é uma doida varrida que tem ciúmes de tudo que anda e o sufoca o tempo todo.

Acontece quando você pede mil vezes para aquele carinha te respeitar e parar de te procurar, e ele continua te mandando insistentes mensagens, até que você, depois de muito ser educada, fica puta e mete-lhe um BLOCK. Quem você é? A louca, mal-educada, sem-noção.

Essa psicologia reversa que muitos usam para confundir nossas cabeças é um perigo absurdo. Basta um sentimento de culpa, uma cabeça fraca, um minuto de carência, para que eles te convençam de que você realmente está exagerando, sendo louca e que, desse jeito, irá perdê-lo para sempre.

Exigir coerência entre palavra e atitude é o mínimo que você pode fazer, se realmente se respeita. Deixar que o outro te trate com descaso é para quem tem vocação para ser segunda opção.
Para quem prefere ser tratado como prioridade, é melhor logo mostrar logo your true colors e deixar claro que ninguém vai sambar na sua cara sem ser levado a julgamento. Se ele te julgar maluca porque quis ter uma explicação mínima sobre a falta de consideração, é bom que já separa o joio do trigo. Você já fica sabendo quem vale a pena ou não. Quem não vai dar desculpa de "minha vida é muito corrida" para passar 2 meses sem falar com você. Quem não vai dar em cima de outras mulheres quando estiver ao seu lado. Quem vai te tratar como matriz e não como filial.

Desculpem-me os amantes da psicologia reversa, mas comigo isso não vai colar, não. Não vou me sentir culpada por exigir consideração. Seja você meu marido, namorado, peguete ou só pretendente - eu não preciso ter um anel do dedo para cobrar o mínimo de respeito. Se isso é ser maluca, pode abrir as portas do hospício que eu estou chegando!

terça-feira, 7 de julho de 2015

Sobre blind dates, Bolsonaro e estar só

Baladas mais frequentadas, aplicativo de relacionamento, blind dates... Solteirice tem dessas modices. Mas a idade aperta, a preguiça aumenta e as razões para não investir nessas modices tende a crescer. Não sou adepta de baladas que eu não curta a música, de não olhar no olho ao conhecer alguém, em ir a encontros com pessoas desconhecidas que alguém-acha-que-combina-comigo(e que possam ser um potencial estuprador/assassino em série. Ok, sou meio exagerada, mas é sério!).

Acredito que “ser quem queremos ser” e atrair quem “realmente valha a pena” acaba fazendo mais sentido ainda quando abdicamos dessas modices. Moda é algo enquadrado em um padrão, heterogêneo e, em grande parte, cis*. Olha as minhas razões aumentando!

Mas testei um mix de blind date com app de relacionamento e, meu bom Deus, que desastre foi aquele?

Primeiro sinal de que ia dar merda: quando sobre um papo de alimentação a pessoa mencionou estar indo comer um foiegras na casa de amigos, porque animais são propriedades e o dono pode fazer o que bem quiser com eles. Afinal, matar um ganso, aos poucos, de cirrose, tá tranquilão!

Você pensa “qual o problema disso?”.

O problema é “ser quem quero ser” e “atrair que valha a pena”. Sou a favor do Direito dos Animais e contra a escravidão animal. É, evito comer bichinhos mortos de modo escrotamente cruel.
Segundo sinal de que eu me arrependeria de ter saído de casa: no início do papo a pessoa fala que durante o regime militar o Brasil avançou muito e que pela falta dele que o país “está perdido do jeito como está”.

Eu não sei vocês, leitor@s, mas ser a favor de regimes ditatoriais, falar isso logo de cara e conduzir toda a conversa para temas polêmicos, misóginos, patriarcais e manter-se no achismo de que “essa é minha opinião sem qualquer embasamento de dados ou teóricos”. Então... FOI UM DESASTRE total e completo.
Ouvi as seguintes pérolas na noite:

1. Bolsonaro estava no direito de chamar a Deputada de “vagabunda” porque ela o chamou de “estuprador”.
Bacana! Então vamos viver agora na lei do olho por olho e dente por dente. Como diria Dalai Lama: se continuarmos assim o mundo vai acabar cego!
2. Você é corajosa de sair de com alguém que conheceu em um aplicativo com essa roupa (eu estava de short, porque havia saído de uma aula de samba), eu poderia ser um estuprador e você estaria com as pernas de fora!
3. Escravidão nem sempre é ruim, houve muitos donos de escravos que trataram bem seus escravos! [palmas, por favor, PALMAS!]
4. A miscigenação racial brasileira foi algo natural, pois os donos de escravos tinham “histórias de amor”, “casos de amor”, “casamentos” com as escravas. Estupro? JAMAIS! [putaqueopario mais PALMAS!]
5. Não há racismo no Brasil.
6. Cercear liberdades básicas e fundamentais, tipo... ir e vir, às vezes é muito bom para a população.
7. Homens vestidos de mulher não deveriam andar na rua, deveria ser crime isso!
8. Você é uma gracinha!

Sério, gente assim devia vir com aviso no app tipo “Bino, é uma cilada!”. Prefiro o velho tête-à-tête. Atrair quem se quer atrair, alguém que respeite o direito de ir e vir das pessoas, que respeite o gênero/sexo/orientação sexual alheio, que fale sobre seus hobbies, suas paixões e modo de levar a vida, que evite polêmicas machistas, racistas, transfóbicas. Que falemos mais sobre livros, filmes, séries e músicas. Menos sobre Bolsonaros, Malafaias e regimes ditatoriais.
É como diz o ditado, antes só que mal acompanhado.

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Texto escrito por uma colaboradora do blog

sexta-feira, 3 de julho de 2015

10 coisas "sem noção" que os homens adoram fazer

Hoje acordei feliz e sorridente e como uma típica vivente do século XXI, a primeira atividade do dia foi olhar o celular. Me deparei com o coraçãozinho do HAPPN piscando e pensei "Opa, tenho um novo CRUSH"! Quando abri, era uma mensagem de um cara com quem dei crush há vários dias e ele nunca tinha aberto a boca (os dedos?) pra falar comigo. Eu achando que ele queria começar o FDS com o pé direito (me achando, né?), mas acontece que ele me mandou a mensagem "Oi, linda, tudo bom?" às 3h50 da manhã.

Vamos lá, homens, para quem vocês mandam mensagem às 3h50 da manhã? Para lanchinho, né? Pelo amor de Deus, minha gente!!

Foi aí que me ocorreu: os homens tem uma certa dificuldade de lidar com limites. Eles vivem fazendo e falando coisas que nos deixam de cabelo em pé e é por essa razão que a frase que eu mais escuto das minhas amigas, conhecidas e mulheres no ônibus, na rua, na chuva e na fazenda é: "ELE É MUITO SEM NOÇÃO!!!"

Assim, resolvi escrever um post sobre coisas "sem noção" que os homens andam fazendo por aí e achando que são super normais. Por isso, passei a manhã coletando histórias das minhas amigas, que contaram algumas anedotas que apenas me deixaram com os olhos mais arregalados que aquele personagem do Zorra Total.

Eu não sei se eles escolhem não usar certas partes do cérebro, se acham que nós somos idiotas ou se são simplesmente cruéis mesmo, porque não tem explicação para essas coisas estarem acontecendo com pessoas de bem.

1) LIGAR/MANDAR MENSAGEM DE MADRUGADA

Então, como foi o incidente que alavancou a ideia, gostaria de deixar registrado aqui que, não, isso não é legal. Tudo bem se vocês já tiverem alguma coisa e tals (tudo bem forçando um pouco né), mas se você não tiver a menor intimidade com a pessoa é sem noção, falta de vergonha na cara e atestado de tarado. Você nunca me deu OI em horário comercial e agora quer fazer o bonito de madrugada?! Faça-me o favor, eu não sou obrigada!!!

2) DAR CRUSH/MATCH NOS APPS E IGNORAR ESSE FATO

Me explica para que usar esses aplicativos, sair distribuindo corações e não querer conversar com a pessoa? Você tem algum problema?

3) CHAMAR A PESSOA PRA SAIR E DESAPARECER

Sabe o que é mais triste? É ouvir minhas amigas descreverem isso como "típico". Again, qual é o seu problema? Se quer sair, vambora. Se não quer, não me chame. Meu tempo é precioso e o seu deveria ser também.

4) DAR EM CIMA/FICAR COM AMIGAS DA SUA EX

Uma coisa é acabar rolando um clima entre seu ex e uma amiga depois de mais de ano que vocês terminaram e vocês não sentem nada um pelo outro. Outra coisa é nego nem esperar o presunto esfriar e já está chupando o pescoço de amiga sua. Bad, guys. Very bad.
Também se encaixam nessa categoria, aqueles engraçadinhos que dão em cima da gente enquanto estão ficando com nossas amigas ou que dão mole para nossas amigas enquanto estão ficando conosco.

5) PROPOR COISAS SEXUAIS ESTRANHAS NA PRIMEIRA FICADA

A sexualidade é uma coisa individual, cada um tem seus gostos e preferências e a gente se descobre muito com o outro. Mas tem algumas coisas que só funcionam depois de se ter uma certa intimidade com a pessoa. Se na primeira ficada você vira para a menina e diz "vamos fazer um menage", você corre o sério risco de assustar a coitada que não sabe nem seu sobrenome ainda. Então vamos pegar leve aí - cada coisa a seu tempo.

6) NÃO TER CUIDADO COM O QUE FALA

Eu tinha um ex-namorado que falava qualquer coisa na minha frente, chegando ao absurdo de falar para um amigo, enquanto estava de mãos dadas comigo, que ia "apresentá-lo para uma loira muito gostosa que ele viu semana passada no forró". Pior que esse, só o peguete de uma conhecida minha: ela viajou, ele perguntou quando ela voltaria e ela respondeu que em duas semanas. Daí ele solta: "e até lá vou ter que ficar só na punheta??". Então assim... caras, a gente sabe que vocês olham para outras mulheres (também olhamos para outros homens). A gente sabe que vocês batem punheta. A gente sabe que vocês assistem pornô. A gente sabe que vocês acham aquela nossa amiga muito gata ou gostosa. A gente sabe muita coisa que não precisa ser dita. Afinal, pense como seria bom se virássemos para uma amiga, com vocês do lado, e disséssemos: "Nossa, mas o pinto daquele cara ali é enorme" ou "Vou te apresentar para um cara lá do meu trabalho, que toda vez que ele chega, eu fico passando mal" ou "meu ex fazia isso direitinho". SABE?? Precisamos ter NOÇÃO e saber quando é o momento certo de fechar essa boca e guardar certas coisas no seu coraçãozinho.

7) TER VÁRIAS MULHERES AO MESMO TEMPO

Tá certo que agora a gente está ultrapassando o nível de gente "sem noção" e vai chegando ao nível de gente "sem caráter". Manter dois relacionamentos - chamando uma de noiva e outra de namorada - concomitantemente é um absurdo tão grande que não consigo nem classificar. Também ouvi casos em que o cara de pau traía a noiva, casou e, ACREDITEM, levou a AMANTE para a lua-de-mel. CANALHA. Sim ou sim?

8) TERMINAR RELACIONAMENTOS POR OUTRO MEIO QUE NÃO SEJA UMA CONVERSA FRANCA

Tem coisa mais quinta série do que terminar relacionamento por telefone, e-mail, pombo correio, cartinha? Pois é, infelizmente, essa palhaçada ainda ocorre mesmo quando já estamos chegando aos 30 anos ou até quando já passamos dos 50. É classificado como "sem noção" qualquer outra forma que não seja olho no olho, afinal, se você tem o mínimo de consideração por aquela pessoa que compartilhou tantos momentos bons e ruins com você, ela merece um pé na bunda com dignidade.

O negócio é tão grave, que ouvi uma estória hoje, de um cara que pediu a menina em casamento, os dois começaram a morar juntos no apartamento dele e depois de 3 semanas ele fez um viagem e lá mesmo decidiu que não queria mais casar e simplesmente mandou uma mensagem dizendo que estava tudo acabado e que quando ele voltasse não queria mais encontrá-la no apartamento.

Respeito é pra quem tem. Então se você quer ser respeitado, não haja como um moleque sem noção. Aprenda a lidar com as consequências dos seus atos e não se acovarde atrás da tela de um computador.

9) CLASSIFICAR MULHER EM 'PRA PEGAR' OU 'PRA CASAR' BASEADO NA ROUPA QUE ELA USA OU NO JEITO QUE ELA DANÇA

Ou em nada, for that matter. A única coisa que deve ser considerada quando você escolhe se relacionar com alguém ou não, é sentimento e afinidade. Mulher parece que tem que ser perfeita. Não pode sentir calor, nem peidar, nem suar, nem querer sair pra dançar, nem ir pra balada, nem ser da igreja, nem falar alto, nem falar palavrão, nem ter barriga, nem celulite, e a lista não acaba nunca. Se a gente for tentar atingir esses padrões malucos, a gente não vive, vira estátua para vocês ficarem admirando. Largue esse machismo, conheça a mulher como PESSOA e não pensando que a roupa dela é curta demais ou que ela dança descendo até o chão e por isso já classificá-la como vagabunda.

10) TRATAR UMA MULHER COM A QUAL VOCÊ TEM UM RELACIONAMENTO CASUAL COMO UMA PROSTITUTA GRATUITA

Todos nós sabemos que relacionamento casual existe e que muita gente curte. Tem os famosos PA (pinto amigo) para aqueles momentos de necessidades biológicas, secas e carências. Mas vamos ser diretos: você não precisa tratar a pessoa como se ela fosse uma profissional do sexo, que você só liga, transa e não olha mais pra trás. Converse, seja legal, seja gentil. Não estou falando de declaração de amor, estou falando de decência. De conversar antes de propor uma noite, de não objetificar, de classificar como "frescura" quando ela não estiver a fim, de levá-la na porta quando ela for embora, de oferecer algo pra comer ou beber quando se encontrarem. Não precisa ser escroto porque não tem sentimentos amorosos por ela. Be cool.

Homens amados, é óbvio que existe muita mulher sem noção por aí e não pense que não reparei. Mas isso é muito pano pra manga e eu prometo escrever um post apenas com coisas sem noção que a mulherada anda aprontando. Enquanto isso, foco em melhorar a coerência das suas atitudes aí. Veja se está se comportando de algum dos jeitos descritos acima e vê se toma vergonha na cara.
Grata.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sobre Chats, Tinders e Happns

Não é de hoje que as pessoas usam a Internet como meio de paquera, pegação e afins.

No advento das redes sociais, as salas de bate-papo, vulgos chats, eram lotadas de pessoas doidas para conhecer desconhecidos misteriosos com nicknames constrangedores. Independente de você ser usuário da UOL, do chat TERRA, do BOL ou do MirC, todo mundo já se aventurou nesses flertes online. Os chats eram bem simples, então era muito fácil ter 12 anos e falar que tinha 18. Era muito fácil dizer que era morena dos olhos verdes ou que tinha um abdômen tanquinho, sem ter. As pessoas não costumavam trocar fotos e a decepção era bem comum se rolava um encontro pessoal. A gente tomava mais cuidado também, tinha mais medo. A Internet era coisa nova, com pouca segurança. Descobrir a verdadeira identidade do GaTiNhO_19 era bem complicado.

A tecnologia evoluiu e hoje até ladrão ostenta suas "conquistas" nas redes sociais. A vida dos internautas está exposta para quem quiser ver e assim ficou mais fácil futricar a vida alheia e descobrir quem está por trás dos aplicativos de namoro - que também surgiram como opção melhorada das salas de bate-papo.

Diria que o Tinder e o Happn são aplicativos bombantes entre a maioria da rapazeada hoje em dia. O Tinder: você define um raio e um limite de idade para encontrar pessoas do sexo desejado. Ele vai te apresentando perfis de pessoas que se encaixam nas definições dadas por você, com fotos (até 6) do indivíduo, interesses e amigos em comum. Clicando no coração, você dá "LIKE" para uma pessoa, secretamente. Caso a pessoa também goste do seu perfil, vocês tem um MATCH e abre-se uma janela para que vocês possam iniciar uma conversa. O HAPPN é parecido, mas o aplicativo rastreia as pessoas que cruzaram com você em algum momento do seu dia - no trânsito, na academia, passando na rua, no ônibus, no supermercado, numa festa - através do GPS do celular. Ele aponta o local e a hora em que vocês se cruzaram, e se vocês se gostarem mutuamente, vocês tem um CRUSH, abrindo a janela para a possível conversa. Além disso, você tem a opção de "Enviar um charme" que é quando você expõe seu interesse pela outra pessoa, na esperança dessa pessoa te dar uma chance.

Sim, eu julguei quem usou. E como normalmente acontece quando você julga alguma pessoa, o feitiço virou contra o feiticeiro e me rendi ao uso da tecnologia para conhecer novos bofes.

Tá, confesso que quando entrei no Tinder foi para procurar uma pessoa específica. Mas aquele negócio é viciante. Não encontrando o sujeito alvo, acabei dando match com algumas pessoas e ficou difícil largar aquele açougue humano.

Se não para arranjar alguém decente, pelo menos o Tinder e o Happn servem para dar boas risadas. Eu não sei o que se passa na cabeça de certos seres humanos, que insistem em colocar fotos toscas como: fotos soh do quadril - de sunga ou cueca -, fotos de quando era criança (??), fotos abraçados com outra mulher, fotos no banheiro, fotos com máscaras, foto só do corpo, etc etc etc.

Nos Estados Unidos e na Europa, muita gente usa esses aplicativos para realmente conhecer alguém interessante. Aqui no Brasil, é mais um culto à baixaria. Ei, calma lá, eu não disse que todo mundo é assim; mas se você utiliza um desses aplicativos, sabe que a maioria esmagadora dos brasileirinhos só quer a zoeira eterna. Sexo fácil, putaria (Me manda nudes? Me manda fotos quentes?), encontros casuais e claro, a velha escapadinha.

É impressionante como a gente pode encontrar pessoas conhecidas comprometidas no Tinder e no Happn. A gente pensa "nossa, safado! Você tem namorada!", mas vai fazer o que? Muitos deles nem colocam fotos do rosto, para dificultar o reconhecimento; às vezes colocam até fotos falsas. No começo, dei match com uns 4 caras comprometidos, até que coloquei no meu perfil para que caras comprometidos não me dessem like. Mas fico pensando... será que eles acham que tem alguma mulher que entra no aplicativo querendo ser a outra de alguém? Ou pior... será que tem alguma mulher que entra com essa intenção? Às vezes penso que sou meio inocente, porque acredito demais na boa intenção das pessoas, então crer que alguém vá usar essas tecnologias procurando destruir o relacionamento alheio ou sexo com um cara comprometido é demais para mim.

Anyway, só tem uma categoria de Tinders e Happns que me irrita mais do que os safados comprometidos e os loucos pervertidos: os que dão match/crush e não conversam com você. Aí você pode me perguntar: "Mas por que só o homem tem que tomar iniciativa? Puxa assunto também!". Acredite, nenhuma das vezes que eu puxei assunto com algum cara que dei match, ele respondeu. Fui ignorada todas as vezes. Agora, me responde: para quê? Qual é o objetivo de entrar num aplicativo desse, combinar com uma pessoa e fingir que nada aconteceu? I mean, é para colecionar matches e crushes e aumentar a auto-estima?

Comecei a usar os aplicativos há uns 4 meses e até agora só saí com uma pessoa. A propósito, foi bem decepcionante. Ótima conversa no Whatsapp e na hora do encontro offline, zero papo. Nos beijamos para cumprir tabela, mas confesso que foi uma noite perdida da minha vida.

A única coisa que não me faz largar de vez essas tecnologias doidas, é saber que nas baladas, nas festas, nas igrejas, nas casas de amigos, as coisas não estão muito diferentes. Onde você vai, tem gente louca pervertida, cara comprometido traindo a namorada, manés com um papo ridículo, gente superficial e sem graça... Então, Tinder e Happn são apenas mais dois locais em meio a tantos que estão fazendo a manutenção do velho e bom ditado "Antes só do que mal acompanhado".

Mas só para não dizer que estou me contradizendo utilizando aplicativos que só tem gente doida, existem boas histórias que saíram da Internet. Conheço amigas que conheceram caras bacanas, e tenho um amigo super galinha que está quase casado com uma menina que conheceu no Tinder. Ah, não posso me esquecer que esses dias vi fotos de um ex-namorado comemorando um ano de namoro na Argentina, com uma menina que conheceu no Tinder. Eu mesmo já namorei um ano e meio com um cara que conheci no extinto e saudoso ICQ (aa au). Então, existe amor na Internet, sim. Só há de se ter paciência, persistência e fé!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Esteriótipos que não fazem sentido

Não que algum esteriótipo deva fazer sentido, claro. Um esteriótipo generaliza um grupo enorme de pessoas dentro de um comportamento que pode ser muitas vezes repetido, claro, mas não necessariamente refletem a realidade de todo o grupo. Aliás, duvido que algum esteriótipo tenha 100% de alcance.

Essa semana estávamos conversando, eu e 3 amigas solteiras, sobre alguns esteriótipos e comecei a pensar o quanto eles não fazem sentido!

1) "Mulher de balada não presta!"

Para começo de conversa, "mulher de balada"? Eu vou à balada, mas também vou à igreja. E aí? Então quer dizer que a mulher que presta é aquela que fica enfurnada em casa? Para provar para a sociedade que eu presto, eu não posso sair pra beber, dançar e me divertir com minhas amigas? Não faz sentido!!

2) "Homem de balada não presta"

Mesma coisa. Existe um conceito na comunidade feminina de que é impossível conhecer um homem decente na balada. Que isso, minha gente? O cara que vai para a balada também tem um coração, uma personalidade, qualidades e defeitos, como qualquer outro que você conhecer na igreja, na faculdade, na casa de um amigo, no Tinder. Todos nós estamos sujeitos a nos apaixonar em qualquer lugar, por qualquer pessoa, a qualquer momento.

3) "Homens/mulheres da igreja são santinhos"

Ok, se você, assim como eu, frequenta a igreja há anos, sabe que isso não é verdade. Já conheci vários carinhas sem noção na igreja. Inclusive uns que só tentaram me levar pra cama e hoje pagam de santinho com a namorada virgenzinha no Instagram. Isso é uma ilusão que existe na cabeça de muitas pessoas, principalmente de meninas que estão dentro de grupos da igreja e sonham em encontrar o príncipe encantado lá dentro. O povo que vai na igreja vive no mundo como qualquer outro ser humano e pode se comportar mal algumas vezes e bem outras. Existe uma cobrança sobre quem frequenta ambientes religiosos. É como se você tivesse que ser perfeito aos olhos de quem não frequenta, ter um comportamento absolutamente exemplar, porque senão é acusado de hipocrisia. Ora, se a pessoa tá na igreja é justamente (pelo menos na minha concepção) porque precisa de ajuda para ser um ser humano melhor! E não porque já se considere bom o suficiente!

4) "Homens mais velhos são mais maduros"

Oh céus, o mundo seria um lugar tão melhor se esse esteriótipo fosse verdade! O negócio tá feio para todo lado! Eu mesma já contei aqui nesse blog, há alguns anos, a história de um homem de quase 60 anos que terminou com a namorada por e-mail. A gente espera isso, evita se envolver com os novinhos, mas no fundo a realidade é que a maturidade é uma questão de caráter, experiências e aprendizados. Pode ser que um menino mais novo tenha passado por dificuldades que um mais velho não passou e tenha aprendido a lidar melhor com problemas por conta disso. É impossível afirmar que uma pessoa é mais ou menos madura baseado na idade.

5) "Nenhum homem presta"

Ok, todas nós já repetimos isso em algum momento da nossa vida, mas saibam, rapazes, que é só pra tentar nos sentir melhor quando estamos sofrendo por alguém. Sabemos que existem caras legais e que é besteira ficar repetindo isso por aí. Apesar do número de homens babacas só aumentar a cada dia, temos consciência de há exemplares que salvam a espécie e vocês não precisam se preocupar com isso - no fundo não acreditamos, de fato, nisso.

6) "Mulher que toma iniciativa é fácil"

Oi? Embora muitos homens digam estar preparados para receber uma chegada de uma mulher, sabemos que na prática a coisa muda. Muitos rapazes se sentem, sim, ameaçados ou intimidados por mulheres que tem balls para chegar no cara que elas estão a fim. Ás vezes deixam de conhecer uma pessoa legal por puro preconceito machista. Acham que se valorizar é deixar que o homem tome a iniciativa. Isso é a maior besteira que eu já ouvi!! Temos o direito de manifestar nossos desejos tanto quanto vocês - e claro, tanto quanto vocês, estamos sujeitas a levar um toco. Contato que esse toco não seja motivado pelo fato de ela ter dado o primeiro passo, tá valendo!

7) "Toda mulher solteira quer arranjar namorado"

Oh, my friend, you're wrong. Muitos homens tem a ilusão de que toda mulher quer casar, ter filhos e cachorros. Passou da hora de entender que mulher também pode gostar de ficar solteira, pegando todos, sem querer se comprometer. E não, homem machista, isso não faz dela uma vadia. Do mesmo jeito que você tem direito de curtir sem se apegar, a mulher também tem. Claro, em geral, nos envolvemos mais fácil, temos o coração mais aberto, mas também sabemos aproveitar nossos momentos de liberdade!

8) "Nenhum homem solteiro quer se envolver"

Então, a maioria dos homens adora repetir a frase "não quero nada sério no momento". Esse é um esteriótipo bem difícil de combater, porque a quantidade de vezes que a gente ouve isso é realmente impressionante! Porém, acredito que eles falem essa frase como um escudo de proteção, para que a gente nem invista demais e ele não corra o risco de, sem querer, se envolver. Cá entre nós, isso não existe. Essas coisas acontecem quando menos se espera. Sim, eu sei, os homens são bem mais eficientes em se esquivar desses envolvimentos, mas pode ter certeza que se rolar um sentimento, não há "falta de desejo de se envolver" que vai superar isso. Mas como comentário pessoal, os homens deveriam parar de repetir isso por aí. Ajam naturalmente e parem de tentar definir as coisas antes mesmo de dar uma chance de viver algo bacana.

Poderia passar o dia descrevendo esteriótipos estúpidos que inventamos durante a nossa batalha naval amorosa, mas de que adianta se nossos olhos continuarem fechados para enxergar que nada disso faz sentido?! Só tem sentido debater essas coisas se for para refletirmos e sairmos da zona de conforto - realmente acreditar que alguém pode ser diferente daquilo que se espera. Deixar-se surpreender pela vida! Esse é o desafio!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Sobre o efeito de futilidades

Verdade seja dita: money matters. Verdade seja dita de novo: brains matter even more.

O que eu quero dizer é: se você não tiver dinheiro para rachar uma conta no restaurante e não tiver inteligência o suficiente para levar uma conversa decente, você vai ter umas dificuldades a mais para se relacionar.

Estamos em um momento de fitchatos. Eu me cuido, faço dieta e malho, e não há nada de errado com isso, mas o negócio chegou a um ponto onde você com certeza conhece alguma pessoa que só fala de academia e percentual de gordura e leva marmita quando tem um aniversário numa pizzaria e se recusa a brindar ao aniversariante porque cerveja tem muitas calorias e dá bucho. É a era da futilidade - não me venha dizendo que é apenas saúde, porque não é! - onde você tem que ser sarado ou será ridicularizado. Também é a era do "você é o que você tem", ou seja, vista roupas de grife, tenha o carro do ano e ostente por aí.

Tudo isso para contar a história da nossa heroína de hoje, que está acostumada a ter homens aos seus pés, a ficar com homens lindos e ricos, e no último feriado conheceu, durante uma viagem, um rapaz musculoso, surfista, moreno, alto, viril, que se encantou por ela e resolveu vir fazer uma visitinha para sua nova conquista no feriadão. Eles passaram semanas combinando e contando os dias para se ver! Tinha sido tão bom, a química era perfeita, eles estavam loucos para repetir a dose!

Ela cuidou do todos os detalhes! Reservou um ótimo hotel, comprou champanhe, organizou encontro com os amigos para apresentar o novo futuro amor... Era só esperar ele chegar!

Tudo parecia estar em seu devido lugar, só que alguns detalhes colocaram o novo romance em cheque.

Para começar, estavam em um restaurante e simplesmente não conseguiam conversar. Os assuntos que ele sabia discutir eram apenas dois: academia/dieta e baladas. Todo o dinheiro que ele ganha, gasta em roupas de grife, academia, suplementos e no carro rebaixado. Na hora de pagar a conta, ele também não deu sinal nenhum. Ela pagou sozinha, imaginando que na próxima ele assumiria o controle.

Assim foi durante todo o feriado. Uma roda de pessoas conversando sobre diferentes assuntos, e ele sempre falando dos suplementos que toma e das baladas frenéticas que ele frequentava. Indo a restaurantes e festas caras, bebendo whisky e Ciroc, sem contribuir com um real sequer. Na hora de fazer check-out no hotel, ele só dividiu o valor das diárias depois que ela sugeriu. Ele reclamou do preço e ela ainda teve que gastar latim convencendo-o de que era justo que os dois dividissem os custos do hotel.

Resumo da ópera: não adianta ser o mais sarado dos caras e ser bom de cama. Ninguém aguenta gente chata que só fala da mesma coisa o tempo todo, que não tem um assunto profundo, que não tem conteúdo. Ninguém aguenta também sair com uma pessoa que não quer pagar nem a própria cerveja. Gasta 500 reais de suplementos por mês, mas acha caro pagar 250 reais num curso de inglês, para melhorar o currículo. Gasta todo o salário em roupas de grife, mas tem a cara de pau de dar uma de João Sem Braço ("esqueci a senha do meu cartão") na hora de rachar uma conta num restaurante. Investe grana pesada em som e rebaixamento para carro, mas dá chilique na hora de pagar a diária de um hotel - o que de fato deixa a ser uma questão de dinheiro propriamente dito e se torna uma questão de hombridade, de decência, de caráter, afinal, a questão não era que ele era pobre, mas sim que queria comer e beber do bom e do melhor, frequentar os melhores lugares, mas sem colocar a mão no bolso - leia-se "queria se aproveitar dos outros".

Needless to say that... ela nunca mais quer ver o cara na vida, né?

Sim, vivemos em um mundo onde a aparência e os bens parecem ser muito importantes e decisivos, mas no final das contas, o que importa de verdade é o conteúdo. É o que a pessoa tem na cabeça e no coração. Sinceramente? Fico aliviada em saber que a futilidade tem data de expiração! A humanidade ainda tem salvação!


quarta-feira, 18 de março de 2015

A coerência entre o falar e o fazer

Acho que uma das coisas mais difíceis da vida é manter a coerência entre palavras e ações. O velho "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".

Tenho uma amiga que esses dias cortou um dobrado para o pai ser atendido num hospital público e de repente começou a gritar "Vota na Dilma, vai! A culpa é de vocês!" (como se os hospitais tivessem sido bons em algum governo né? O negócio é que só quando atinge alguém da nossa convivência é que a gente começa a dar alguma importância). Mas enfim, sei que alguns dias depois ela estava me contando que comprou drogas de um amigo policial e estava achando isso um máximo. Alguns meses atrás também tinha me dito que ia fazer um boletim de ocorrência falso de seu Iphone para que a empresa telefônica pudesse dar um celular novo para ela. Ou seja, a corrupção do governo é condenável, mas a dela não.

E isso acontece o tempo todo, com pequenas coisas que acontecem na nossa vida amorosa também. Quantas vezes você se viu dizendo para sua amiga "Você tem que se valorizar!" e quantas vezes você se pegou sofrendo por um cara que não está nem aí para você? Quantas vezes você incentivou sua amiga a dar uma nova chance para alguém e você mesmo nunca foi capaz de fazer igual?
Enfim, a verdade é essa: a gente vive por aí distribuindo ótimos conselhos que nós mesmos não seguiríamos.

Oras, que dificuldade é essa de pôr em prática, na nossa vida, aquilo que tanto acreditamos e defendemos na teoria?

Eu vivo por aí defendendo o direito da mulher de tomar a iniciativa na hora da paquera, que o fato de ela demonstrar interesse pelo cara que ela quer não a diminui em nada, e de fato eu acredito nisso. Outra frase que vive saindo da minha boca tão filosófica é "tudo bem você ter medo, contanto que esse medo não te impeça de fazer o que você quer".

E aqui estou eu, toda boba, louca para convidar um rapaz para uma "inocente" cervejinha e não tenho balls. Simplesmente travei. Eu, que nunca tive problemas com isso. Eu, que sempre fui corajosa e sempre fui muito mais de me arriscar do que ser paralisada por um medo de tomar um toco ou me expor.

Fico pensando se os homens também ficam questionando sua auto-estima antes de chamar uma moça para sair. Se eles ficam ponderando na cabeça qual é a chance de dar certo, calculando os riscos antes de tomar o primeiro passo. Ou será que eles já estão acostumados a se expor, se mostrar vulneráveis e ficar na posição de ouvir sim ou não? Ou se de repente já vem com uma coragem extra ou frescura a menos no DNA?

É, porque let's face the truth: se eu chegar lá e fizer o convite, eu corro o risco de levar um não. Ok, o que isso vai mudar na minha vida? Vamos analisar friamente: eu vou querer arranjar um buraco para me esconder de tanta vergonha. Minha auto-estima vai dar uma bela caída. Vou ficar uns dias me sentindo mal. Mas semana que vem já normalizou tudo. Continuarei com o mesmo emprego, morando no mesmo lugar, com saúde, e de brinde sem aquela ansiedade que tem me corroído há dias de tanto ficar pensando "should I stay or should I go?". Como diria Nelson Ned, "tudo passa, tudo passará". Jé me recuperei de outros pés na bunda, não vou morrer por causa de mais um, right?

E por que diabos só pensamos na parte negativa? É aquele negócio: se alguém te fizer 100 elogios e 1 crítica, você vai ficar obcecado com a crítica e esquecer a centena de elogios.
Porque eu não penso no que pode acontecer se eu conseguir um SIM? Vai que ele é mente aberta e acha super legal eu ter tomado a iniciativa, a gente sai, curte, dá tudo certo? Por que sempre focar no que pode dar ERRADO se existe a mesma probabilidade de dar CERTO?

E se dessa coragem dependesse - vai que depende! - o futuro das relações? I mean, as coisas estão ruins, então alguém tem que fazer algo para mudar o algo com o qual não está satisfeito (oi!). Não adianta nada reclamar e continuar de braços cruzados endossando o comportamento que você acha nocivo.

Dito isso tudo, admitindo minhas fraquezas, anseios e receios, analisado a situação, será que agora crio a tal coragem?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

50 tons de cinza - Review [cuidado, spoilers]

Não costumo fazer review de filmes aqui nesse blog, mas acho que esse até que cai como uma luva, né?

Eu comecei a ler o livro "50 tons de cinza" quando começou a fazer sucesso, mas fiquei com preguiça no primeiro capítulo e desisti.

Pelo fuzuê que foi, eu sabia que o livro tinha algo que falava diretamente às mulheres (além da curiosidade por bizarrices sexuais, no caso, sado-masoquismo), mas o fato é que, sendo um pouco preconceituosa, admito, o livro atraiu um público bem específico de mulheres. A maioria das pessoas que ficaram enlouquecidas com o drama entre Christian Grey e Anastasia Steele são mulheres que estão sozinhas há muito tempo, que não tem a vida sexual muito ativa, que idealizam uma relação perfeita com príncipe encantado, e que ainda tem uma mente bastante adolescente. O livro também exerceu fascínio em mulheres casadas há muito tempo e em adolescentes. Me crucifiquem, me critiquem, mas sou apenas uma observadora do comportamento sexual humano, e há muitas razões pelo qual esse livro mexeu tanto com a cabeça dessas mulheres mais vulneráveis e carentes.

Eu queria assistir o filme, sim. Primeiro para poder conversar com outras pessoas e ter meus próprios argumentos, sem ter que ficar acreditando em um lado ou em outro. Segundo porque eu tinha visto no trailler o ator que ia fazer o papel do Christian Grey e sempre acho válido passar algumas horas olhando para um cara bonito.

O que eu achei? Bom, eu achei menos pior do que imaginava.

Anastasia parece uma menina boba, mas é muito inteligente e aprende rapidinho a lidar com Christian e a exercer sobre ele um certo domínio. No caso, emocional; enquanto ele acha que está sendo o dominador, por ela, ele faz coisas que nunca fez com outra e por isso ela também consegue dominá-lo, de certa forma. Se não dominá-lo completamente, pelo menos mexe com o brio dele, com as convicções dele e o tira de sua zona de conforto, de homem acostumado a ter submissos no trabalho, na cama e na vida. Ela é esperta e não assina o tal contrato antes de experimentar um pouco do que é estar na sala de jogos. E mesmo depois de experimentar, ela não assina o contrato e continua tentando invadir o espaço dele, o que mostra coragem também. Não acho que ela seja absolutamente submissa a ele. Ela se submete a algumas coisas, mas acredito que seja a forma dela de tentar compreendê-lo melhor e tentar entrar na vida dele por completo.

Christian Grey é um homem bonito, charmoso, persuasivo, intimidador e rico. Ele seduz Anastasia com presentes, surpresas, visitas inesperadas e belas pegadas, mas posteriormente ele é que acaba envolvido pela inteligência e petulância de Anastasia. Ele acreditava que ela precisava ficar longe dele por ser romântica, mas ele não consegue não se envolver, por mais que tente. Christian foi adotado depois de ser extremamente maltratado por sua mãe biológica e sofreu abuso sexual aos 15 anos, por uma mulher que curtia sadomasoquismo, a quem ele se submeteu durante 6 anos. Esses episódios marcaram a vida de Christian muito fortemente e teve reflexo direto em suas relações interpessoais, em seus gostos sexuais excêntricos e na sua vontade de punir todos os que não aceitassem a se submeter as suas vontades ou questionassem suas ordens. No fundo, ele não quer se envolver com ninguém porque como ele mesmo diz he is "50 shades of fucked up". Em outras palavras, ele é estragado psicologicamente. Anastasia consegue enxergar além da fachada de poderoso dele e isso o assusta.

É absolutamente compreensível que mulheres fragilizadas se identifiquem com essas personagens. No fundo, todas elas se acham meio Anastasia: uma menina sensível, mas que tem a ilusão de que vai mudar um homem cheio de defeitos - mas bonitão, rico e bom de cama - e transformá-lo em um príncipe encantado. Quantas mulheres já namoraram homens escrotos na esperança de que o amor dela o transformasse no prince charm? Nem precisa dizer que na vida real essa tentativa é normalmente frustrada.

Dá para entender também porque Christian Grey fascina as mulheres. Ele é bonito, confiante, sedutor, intenso, faz surpresas incríveis, presenteia a mulher o tempo todo e é muito bom de cama. E também, além disso tudo, mostra sua parte sensível e frágil, quando é invadido por sentimentos inesperados. Ou seja, as mulheres pensam "ah, queria um Christian Grey para mim".

Cara... pára e pensa. Esse homem não existe. Esse homem que essas mulheres estão "querendo" e idealizando tem defeitos gravíssimos, que estão sendo ignorados. Acredite, na vida real, vocês não iam querer um homem com ele. Não para se envolver, não para se apaixonar. Talvez para ter uma noite insana de sexo, mas se você parar para pensar, ele é emocionalmente indisponível, cheio de traumas, machista, violento, sádico - não só na cama, em respeito aos gostos sexuais de cada um! -, manipulador, egoísta, teimoso, entre outros milhões de ingredientes para um belo fracasso de relacionamento.

Sobre o sadomasoquismo, não tenho muito a falar. Tem gente que curte excentricidades na cama e esse é um assunto do qual não entendo, portanto, não posso julgar. Cada um faz o que quiser entre 4 paredes e que lide com as consequências depois. De verdade, achei essa a parte a menos preocupante do filme.

Tenho uma reclamação: o tempo todo tínhamos que ver o corpo nu de Anastasia e Grey estava quase sempre de calça. Sacanagem. O traseiro dele é digno de bem mais nudez no filme!

Em geral, achei um filme de mulherzinha romântica, com cenas muito picantes, menos pior do que eu imaginava, mas também nenhuma obra-prima do cinema. Se você não tiver nada importante para fazer, é uma historinha legalzinha, e cito de novo o ator mega gato que escolheram.

Essa é a MINHA crítica. É a MINHA opinião. Você tem direito de concordar ou discordar, mas não de me desrespeitar, lembre-se disso.




quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Masoquismo emocional

Esse Carnaval conheci uma menina linda! Tão doce, gente fina, divertida! Mas estava sofrendo. Há poucos dias tinha levado um delicioso pé na bunda, depois de 1 ano e 5 meses de namoro.
Achei curioso o relato dela, porque pela descrição, o comportamento dele era absurdo (somando-se ao fato de ter terminado um namoro na véspera do Carnaval, claro).

Ela disse que ele reclamava que ela era muito ciumenta. Até aí, parece que a culpa era dela, né? Mas quando ela começa a contar detalhes, você vê que o buraco é bem mais embaixo.

Segundo ela, ele dizia frases como "eu não posso garantir que nunca vou te trair" e olhava para outras mulheres na frente dela, sem nenhuma cerimônia. Mantinha amizades suspeitas, dizia que olhava para outras mulheres com desejo, e sempre a fazia se sentir insegura. Segundo ele, preferia ser "sincero" com ela.

Outra coisa que ela reclamou também foi da constante falta de apoio e também relatos de que ele sempre a diminuía, deixando a auto-estima dela no chão. Nenhum esforço que ela fizesse para ficar bonita, para passar num concurso, ou para melhorar suas inseguranças eram apreciados, mas sim diminuídos.

Vamos analisar a situação: ele dizia que queria ser honesto com ela. Oras, ninguém deve prometer o que não vai cumprir, mas o cara chegar para namorada, que supostamente ama, e falar "não posso garantir que nunca vou te trair" e ainda depois reclamar que ela é muito ciumenta, só pode ser brincadeira, né? A carne é fraca, e de verdade, no fundo isso é uma coisa que ninguém pode prometer, mas para mim ele deixou claro que isso não era um problema para ele e que ele não ia fazer o maior dos esforços para se comportar, não.

Olhar para outras mulheres, ok, todo homem olha. Ou melhor, toda pessoa olha. Nós também olhamos, comentamos com a amiga ao lado e seguimos a vida. Ninguém é tão ingênuo a ponto de achar que uma pessoa atraente vai passar ao lado e seu bofe/bofa não vá notar. Mas há de se ter esse cuidado com quem gostamos! Discrição, a velha frase do "acho você muito mais linda" ou qualquer coisa do tipo. Mas olhar descaradamente e ainda admitir que olha com desejo, como se o outro ao seu lado não tivesse importância e tivesse que aturar seu comportamento sexual animal, é o fim, né?

Por último, e analisando bem, talvez o mais grave, é você ficar voluntariamente com uma pessoa que só te coloca para baixo. Uma relação legal, é uma relação onde um apóia os sonhos do outro, sofre junto as derrotas e vibra junto nas conquistas. É ter alguém com quem se possa contar para tudo, para enxugar suas lágrimas quando você estiver triste, te dar aquele abraço quando você estiver feliz, te ajudar a levantar quando você estiver por baixo. E não jogar a terra na sua cova! Qual é o objetivo de estar com uma pessoa que te faz te sentir péssima sobre quem você é? Qual é objetivo de ficar com uma pessoa que te trata como lixo?

Ela contava tudo e depois dizia "mas eu amo ele. E quando a gente ama é uma merda". Quando a gente ama, é uma merda. Mas quando a gente SE ama, a merda passa mais rápido.

Eu tinha acabado de conhecê-la, então não tive coragem de dizer tudo o que eu realmente achava, até porque, não é da minha conta. Mas eu fiquei com o coração do tamanho de uma ervilha ouvindo-a falar. Esse cara fazia um mal danado para ela, e ela estava cega. Deus a livrou de uma armadilha das boas! É tão difícil percebermos o nosso valor quando estamos tão apaixonadas! Acho que ela estava viciada na dor. Era um masoquismo emocional. Tenho certeza que ela não consegue enxergar o quanto ela merece mais.

Uma vez, quando eu estava sofrendo por um alguém que não me amava mais, uma amiga disse: "você tem que saber seu valor". Eu disse que sabia. E ela rebateu dizendo que não, eu não sabia.
Ela tinha razão. No dia que a gente descobre, a gente se liberta. A gente consegue enxergar nosso limite e diz "não" para tudo o que não nos faz bem. Do fundo do coração, espero que ela perceba isso o quanto antes e que enxergue o quanto ela merece respeito, amor, dedicação, cuidado e companheirismo.

Pessoal, é claro que ouvi apenas um lado da história, e ele deve ter a versão dele, porém, eu duvido muito que seja muito destoante do que ela contou, porque foram coisas muito pontuais. Na minha opinião, ninguém tem responsabilidade de 100% do fim de um relacionamento. É claro que tem gente que tem mais culpa que o outro, mas... nesse caso, ela precisava mesmo ter se submetido a tanto sofrimento? Não. Então se ela permitiu que ele a tratasse da forma como tratava, tem sua parcela de culpa também.

Relacionamentos são complicados. Mas é aquele velho e sábio ditado: antes só do que mal acompanhado.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O pega-ninguem

Em mais um post da série "Espécies de homens catalogadas", vamos falar de uma espécie abundante na fauna macholina: o pega-ninguem.

Estaria tudo bem se o pega-ninguem fosse apenas um cara que não pega ninguém, mas essa é a menor das características dessa espécie. Vamos a elas:

1) Esse é aquele cara que objetifica tudo e todos. Tudo para ele tem a ver com sexo. Ele só faz piadas de duplo sentido e põe malícia em cada detalhe. É aquele cara que dá em cima de todas as mulheres da empresa e que, inclusive, já fez algumas se demitirem por não aguentarem o assédio sexual e piadas de mal gosto. Ele diz que faz e acontece, que pega todo mundo, que seu pau é o maior do país e que ele é muito bom de cama. Quando alguém fala que está com algum problema, ele solta frases do tipo "é falta de pica. Vem cá que eu resolvo seu problema" ou algo similar.

2) Respeita muito a mamãezinha - ainda mora com ela, mesmo ganhando bem o suficiente para manter-se sozinho -, mas acha que todas as outras mulheres são vagabundas que só servem pra transar, lavar e passar.

3) Machismo é uma de suas características mais marcantes. Ele vive cuspindo por aí que não casou porque as mulheres de hoje em dia não prestam, não sabem cuidar de uma casa direito. Que o dever de uma mulher é cuidar da casa, do marido e dos filhos. Opinião de mulher para ele não vale de nada.

4) Ele é religioso, muitas vezes. Temente a Deus. Frequenta a igreja. Reza.

5) Frequenta puteiros com muita frequência. Vive falando de prostitutas, de preços, de coisas que já fez com elas, de locais onde encontrá-las. Também se oferece para levar os colegas para conhecer algumas, quando alguém diz estar estressado ou algo parecido.

6) Tem carro do ano e lancha, porque afinal de contas, "mulher gosta é de dinheiro".

7) Você não conhece ninguém que ele tenha ficado.

Esse cara é bem fácil de encontrar: machista, arrota que pega todo mundo, que é sexpert, que é o bonzão, o fodão, gosta de diminuir as mulheres a objetos sexuais, mas no fundo não pega ninguém e para conseguir alguém que transe com ele, só mesmo pagando. Muito comumente viram tiozões tarados/solitários da balada como este aqui: http://cteb.blogspot.com.br/2009/06/o-tiozao-solitario.html

O pior é que quanto mais independente a mulherada fica e menos os homens querem se envolver, mais aparecem caras assim...

O pega-ninguem: um câncer da sociedade. CUIDADO!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Quem precisa de cupido?

Pessoas bonitas do meu Brasil, feliz 2015!

Pensaram que eu tinha me aposentado, mas a balada não deixa, porque... né? Sempre tem alguma coisinha para acontecer e minha cabeça começar a fervilhar de vontade de contar mais uma anedota do bicho-homem.

Primeira balada oficial de 2015, aniversário de uma amiga, lá fomos nós pela vigésima terceira vez ao Poizé Beira Lago.

Pontos cruciais a serem a analisados:

- Eu estou de dieta e na política álcool zero (até que o carnaval nos separe);
- Atrações do dia: duas duplas sertanejas (vontade de se matar batendo forte)
- Mil casais e só eu e um amigo solteiros (vela detected)
- Você já pegou o peguete da aniversariante (desconforto extra)
- Homem bonito e/ou interessante no Poizé é utopia
- Eu estava de carona com a melhor amiga da aniversariante (a noite seria longa)

Tudo conspirava para uma noite sem graça. Eu, aguentar duas duplas sertanejas absolutamente sóbria, já era o máximo da dor suportável. Segurar vela para 50 casais também era doloroso.
Mas nada disso se compara à nova mania das minhas amigas: tentar me arranjar um homem.

Aparentemente, elas se esqueceram como é ser solteira - até mesmo a aniversariante, que nem está oficialmente namorando ainda - porque de repente começaram a se incomodar ou sentir certo desconforto em me ver sozinha.

Ok, meu último namorado já casou e teve filho (porque é apressado), mas vamos lá, eu estou solteira há pouco menos de 2 anos. Ok, tenho 28 anos e supostamente "na idade de casar", mas sou uma mulher independente que gosta da liberdade que tem e que é muito bem resolvida, e que, a propósito, se quisesse, já teria casado.

QUAL É O PROBLEMA EM ESTAR NUM LOCAL COM SUAS AMIGAS COMPROMETIDAS SEM QUE ELAS FIQUEM TENTANDO TE ARRANJAR UM PRETENDENTE?

Aviso aos navegantes: eu NUNCA precisei de ajuda para arrumar ninguém para mim. ISSO, todo mundo sabe ao meu respeito. SE EU QUISER SUA AJUDA, eu peço.
Sim, me incomoda profundamente que minhas amigas fiquem a noite toda sugerindo pessoas para mim ou soltando frases como "amiga, não se preocupe, vou arranjar um gatinho para você" ou similares.

Não, não me importo com um "olha, aquele ali é gatinho né?", porque não custa nada, especialmente num lugar com poucas opções como o que estávamos. Mas estou começando a repensar essas saídas com minhas amigas comprometidas, porque pelo jeito vou sempre precisar estar acompanhada para não me sentir desconfortável e não deixá-las desconfortáveis.

Eu já entendi que é difícil para algumas pessoas aceitarem que sim, existe a possibilidade de uma pessoa estar solteira aos 28 anos sem estar desesperada para casar. Por isso, resolvi escrever esse post como forma de protesto.

Vê se não vão sair por aí achando que eu não tenho interesse em ficar com ninguém, ou que eu não quero me envolver, ou que eu tenho resistência a quietar o faixo. Não é isso. A questão é que eu não preciso ouvir certas coisas. Ah, e tem mais um monte de coisa que eu não preciso ouvir:

- Vai lá, pega o buquê.
- É só você parar de procurar que acha.
- Você não vai querer ter filhos?
- Você vai ficar para titia.
- Quando você menos esperar, aparece alguém.
- Você escolhe demais.
- Você é muito exigente.
- Vou ver se meu namorado ainda tem algum amigo solteiro.
- Vou escrever seu nome na saia da barra do meu vestido de casamento.
- Já tentou o TINDER?
- Amiga, mas ele só quer te comer.

Eu adoraria conhecer uma pessoa especial e me apaixonar, só para deixar claro. Mas não preciso de cupido e nem de olhares de pena, como se ser solteira fosse igual a ter lepra. E nem preciso que ninguém force a barra com nada e nem ninguém. As pessoas falam "quando você parar de procurar, você acha", mas não cansam de procurar para mim.
Que tal mudar as frases? Prefiro assim:

- Bora naquela festa? Vai ter muita gente bonita!
- Vamos sair pra dançar?
- Hora do buquê! Vamos pegar uma caipiroska?
- Vamos viajar?

COPIOU?!

E que venha 2015 e suas peripécias! I'M READY!