terça-feira, 30 de abril de 2013

Maria de verdade

O Brasil é o país das Marias! Tem Maria de tudo quanto é jeito, idade, estilo, atitude! Acredita que todas as filhas da minha avó são Maria? Rosa Maria, Maria Madalena, Maria Aparecida, Maria de Lourdes, e por aí vai...

Eu, porém, como grande observadora do comportamento sexual humano, venho analisando outro tipo de Maria.
O povo têm rebaixado o nome "Maria" a mulheres não muito humildes nem desapegadas de valores materiais, como nossas queridas "Maria-chuteira" e "Maria-gasolina".

A Maria-chuteira, aquela velha gatinha - geralmente loira - que adora um jogador de futebol cheio da grana. Acho uma injustiça isso, pois uma verdadeira Maria-chuteira não liga para grana, mas sim para um homem suado correndo atrás de uma bola e levantando o dedinho pro céu depois de fazer um gol. Eu acho que esse detalhe de elas só gostarem de jogador rico devia ser outra categoria de Maria, pois a verdadeira Maria-chuteira é a que tem um fraco por jogador de futebol e pronto, independente de ter dinheiro. Mas acho que não vai dar para salvar, vocês, gatas! Maria-Chuteira já foi totalmente associado ao dinheiro!

Maria-Gasolina então, não tem jeito! Sei lá, nunca vi Maria-Gasolina gostar de Fusca ou Chevette. Acho que no máximo um Golzinho, mas geralmente querem Golf turbinado, Punto amarelo ou Astra Sport (ih, acho que tô ficando velha, preciso me atualizar no mundo automobilístico!). Essas aí eu nem defendo, porque realmente, o cara é muito feio até aparecer com chave do carro pendurada na calça. Ou seja, o interesse é no carro e não no motorisa. Xô para essa raça!

Agora tem as Marias mais inofensivas. Eu e a Loira tínhamos apelidos Marianos exclusivos. Como sempre adorei gaúcho e ela se amarrava num cabra da peste, eu a chamava de Maria Peixeira e ela me chamava de Maria Bombacha. A verdade é que toda mulher é Maria-alguma-coisa.

Sou professora e o que tem de Maria-professor não está no gibi (se bem que nesse ramo tá cheio de João-professora também). Não pode ver um homem inteligente ensinando alguma coisa que já fica toda maluca querendo saber se o professor tem namorada. Sei lá, é um fetiche estranho. A maioria esmagadora dos professores são quebrados, andam de ônibus ou com carro velho e moram com a mãe. Então, essas daí não dá nem para julgar de interesseira. Realmente a inteligência é um afrodisíaco!

Parecida com essa supracitada (ai ai ai ui ui ui!), tem também a Maria-Personal. É aquela que não pode ver um personal trainer (ou qualquer professor de academia) que já fica subindo pelas paredes. Os personais também são professores, então também se encaixam na categoria financeira já mencionada, mas pelo menos eles são super simpáticos, solícitos e more often than not tem corpinhos esculpidos por anjos (mas nem sempre isso é pré-requisito)! É só ver um deles suar, te ensinar a usar um aparelho na academia ou dizer "você precisa ganhar mais massa magra" para a mulherada ir à loucura.

Tem uma bem famosa também que é a Maria-Banda (no forró inventaram uma tal de "Apara-Cuspe"), que são aquelas minas que ficam tietando os músicos de uma banda - não necessariamente famosa - lá na frente, sonhando e suspirando, querendo ser o baixo, a guitarra, o microfone, as baquetas ou até mesmo o atabaque de um deles, ganhando ingressos grátis para apresentações, quiçá sonhando em ser a próxima capa da revista Quem.

Enfim, todo mundo tem seu fetiche! Homens, mulheres, gays! Acho super saudável e válido (tirando a Maria-Gasolina, acho palha) e vocês que enchem o saco, julgando, achando que você não é Maria-alguma-coisa, acho melhor começar a observar seu próprio comportamento. Quem sabe você não é Maria-proletariado, Maria-dentista- Maria-nerd, Maria-flamenguista, Maria-Lucas (eu sou demais!!), Maria-rockeiro, Maria-emo, Maria-skatista, Maria-fracassado, Maria-filho-de-vó... no fim, somos todos Marias de verdade!